quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Apenas um grito de alerta..

Pinguins brincando, parecem felizes. (Zoológico de Madrid-Es)

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"Quando a última árvore tiver caído;

Quando o último rio tiver secado;

Quando o último animal for pescado;

Vocês irão entender que o dinheiro não se come!"

(Greenpeace)

sábado, 27 de janeiro de 2007

Por do Sol em Santorini, Grécia

Sou daquelas pessoas que chora por não ter vivido em outros lugares e em outras épocas. Penso que esse meu sangue meio camalêonico é o vento que sopra e me transporta à este papel celofane. Sinto o frescor da brisa dourada na minha pele. Sôfrega, gasto todo o ar de sândalo deste paraíso em tragos deliciosos; início, meio e fim., como o poeta bebe dentro de si..

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Organizando o caos..

Caminhante pairo lentamente no ar.. Meus pedaços estão por toda parte. Olho para o rio e vôo para a cena do que fui., Volto os olhos à realidade, Confirmo o subproduto. Decepciono-me. Arrastando correntes, Devolvo meus olhos ao rio.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

meu coração é um belo riacho de champanhe

Grito aos quatro ventos e escrevo nas pedras (sou medíocre mil vezes), em alto e bom som e com letras garrafais!!! Nas entrelinhas encontrei no texto abaixo o que sempre quis descrever e, com toda certeza, jamais poderia. O poeta faz de suas lágrimas, pérolas; De sua dor, perfume. Eu nunca conseguiria exprimir assim, com este sentido. Ao ler este poema apaixonante e, apaixonada, declaro: Meu coração é um baile hipnótico da aurora boreal.
Selena,
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Meu coração é um ideograma desenhado a tinta lavável em papel de seda onde caiu uma gota d’água. Olhado assim, de cima, pode ser Wu Wang, a Inocência. Mas tão manchado que talvez seja Ming I, o Obscurecimento da Luz. Ou qualquer um, ou qualquer outro: indecifrável.

Meu coração não tem forma, apenas som. Um noturno de Chopin (será o número 5?) em que Jim Morrison colocou uma letra falando em morte, desejo e desamparo, gravado por uma banda punk. Couro negro, prego e piano.

Meu coração é um poço de mel, no centro de um jardim encantado, alimentando beija-flores que, depois de prová-lo, transformam-se magicamente em cavalos brancos alados que voam para longe, em direção à estrela Vega. Levam junto quem me ama, me levam junto também.

Meu coração é um bordel gótico em cujos quartos prostituem-se ninfetas decaídas, cafetões sensuais, deusas lésbicas, anões tarados, michês baratos, centauros gays e virgens loucas de todos os sexos.

Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar. A brisa sopra, saiu a primeira estrela. Há moças nas janelas, rapazes pela praça, tules violetas sobre os montes onde o sol se põe. A lua cheia brotou do mar. Os apaixonados suspiram. E se apaixonam ainda mais.

Meu coração é um filme noir projetado num cinema de quinta categoria. A platéia joga pipoca na tela e vaia a história cheia de clichês.

Meu coração é uma velha carpideira portuguesa, coberta de preto, cantando um fado lento e cheia de gemidos - Aí de mim! Ai, ai de mim!

Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido, criando sem parar Frankensteins monstruosos que sempre acabam por destruir tudo.

Meu coração é um mendigo mais faminto da rua mais miserável.

Meu coração é um traço seco. Vertical, pós-moderno, coloridíssimo de neon, gravado em fundo preto. Puro artifício, definitivo.

Meu coração é um anjo de pedra de asa quebrada.

Meu coração é um bar de uma única mesa, debruçado sobre a qual um único bêbado bebe um único copo de bourbon, contemplado por um único garçom. Ao fundo, Tom Waits geme um único verso arranhado. Rouco, louco.

Meu coração é um sorvete colorido de todas as cores, é saboroso de todos os sabores. Quem dele provar será feliz para sempre.

Meu coração é uma sala inglesa com paredes cobertas por papel de florzinhas miúdas. Lareira acesa, poltronas fundas, macias, quadros com gramados verdes e casas pacíficas cobertas de hera. Sobre a renda branca da toalha de mesa, o chá repousa em porcelana da China. No livro aberto ao lado, alguém sublinhou um verso de Sylvia Plath: "Im too pure for you or anyone". Não há ninguém nessa sala de janelas fechadas.

Meu coração é um deserto nuclear varrido por ventos radiativos.

Meu coração é um cálice de cristal puríssimo transbordante de licor de strega. Flambado, dourado. Pode-se ter visões, anunciações, pressentimentos, ver rostos e paisagens dançando nessa chama azul de ouro.

Meu coração é uma planta carnívora morta de fome. Faquir involuntário, cascata de champanha, púrpura rosa do Cairo, verso de Mário Quintana, vitrina vazia, navalha afiada, figo maduro, papel crepom e um milhão de etcéteras!

(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Gris

Uma angústia serpenteia sob meus pés feita areia movediça. Sou pássaro sem asas. Lá fora é dia; mas é noite em mim. O medo tinge de negro minh’alma; A dor, faminta, sofre de insônia;
Punhal afiado que atravessa a palma da mão; É vinho seco que entala o peito. Indócil futuro.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Contemplação

Diante tal imagem vê-se desnecessárias palavras, talvez pela totalidade da figura, ou pelo fato de crer que não existe nenhum som, ou vocábulo, ou promessa verbal qualificada para exprimir tudo que ela é capaz de trazer à tona. Mas não consigo calar ao perceber a cumplicidade dessas generosas mãos que pulverizam meu ceticismo sobre o amor sensual; são mãos que se oferecem mutuamente à entrega do companheirismo e se alinhavam numa só devotas de parceria.
Sublimes vencem o desgaste do tempo e mostram que este é incapaz de adormecer o amor. Singelas construtoras de uma vida, mãos que desnudam qualquer medo, mãos que superam. Mãos-falantes-mudas. Mãos que oram.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Eficiente diferente

Sempre que vou postar neste espaço fico a pensar no que realmente seria relevante, formador de opinião, uma prestação de serviço ou mesmo só o relatar cotidiano. Esta tribuna é o meu cantinho, quase um diário virtual, uma espécie de derramar de interrogações. De vez em quando divago, será que alguém além de mim lê isso aqui? O que as pessoas gostariam de ler? E questionei-me: este blog deve ser cada dia que passa mais democrático e menos narcisista e egocêntrico. E reflexiva., matutei., matutei; mas o que contar? Perguntei a Celina -minha irmã- que me deu a idéia de escrever sobre a Kit. Ow.. Ow.. Ow.. Ow.. Eureeeca!!.. Bingooo!!! E na velocidade da luz enveredei num tour geográfico para beber na fonte do universo Ingridiano. Julguei com cuidado o fato em expressar-me de uma maneira que não soasse sentimentalóide ou tendenciosa. Seria necessário me distanciar da ligaçao tia-sobrinha, da afetividade entre nós para desnudar uma percepção justa. Na escuridão da noite flashes de convicções decantou nossos laços sanguíneos. Esvaziei o coração e fiz anotações como se estivesse de fora. Então associei algumas definições: inteligente, amorosa, espirituosa, por vezes de um humor ácido, passional, curiosa, instigante, vinte anos, na flor da idade, leitora ávida, viajante das tintas e das páginas, devoradora de livros. Olhar Kit sem admirar é impossível. Encantadora, ensina seus saberes colecionados e armazenados sem arrogância ou soberba. É humilde e tolerante com os ignorantes; e assim ficará para a história. Entre o dilema caído de paraquedas em sua sorte, teve de escolher o que tinha diante de suas vistas: vitimizar-se e se revoltar com o vento e com os deuses ou aceitar seu estado de visão sub-normal desde o nascimento e se afirmar na sua genuína inteireza. Optou pelo segundo caminho e decidiu triunfar. Se Luis Braille, um cego lá da França não se esmoreceu e foi de encontro ao seu destino criando um método de leitura, por que ela teria que chorar as pitangas do lamento pela cegueira dos preconceituosos? Não para ela! Ingrid Lis Nery Esteves, nasceu em Teresina-Pi, em 23/04/1986, sendo apresentada ao mundo das letras desde pequenina, onde travou um caso de amor com o mundo literário. Respirar e ler para ela são quase uma fusão, um encontro orgânico. Filha de pais separados teve na mãe os dois papéis, o braço de ferro masculino e o aconchego feminino. Eva, sua mãe e incentivadora, fiel escudeira, inseparável, é seu porto seguro. Traduz a palavra chave do sucesso das duas filhas: Ingrid e Mônia (formada em Direito e estudante de jornalismo pela UESPI). As educou com compreensão e disposição em tudo que implica a peleja de criar gente. Delegou, motivou e transmitiu o legado do amor incondicional. Filha mais nova das duas, tem verdadeira adoração pela mãe e confessa: " Minha mãe é a melhor pessoa do mundo. Tudo o que sou, faço ou tenho de bom é fruto de seu ensinamento. Ela é minha inspiração, é meu estímulo para vencer. E quando brota em mim a vontade, esta infla numa dose maior pois é ela que acredita no meu potencial, talvez até mais que eu mesma." Conhecedora de História, especificamente mitologia, Kit é quase uma estudiosa no tocante ao assunto e nunca perde a capacidade de se surpreender, de se redescobrir e revisitar outras esferas. Ainda assim acha que o que não sabe cabe numa imensa biblioteca. Articulada e eloquente, se apetece em aprender e buscar mais e mais o conhecimento. Sua vida e bagagem começou a tomar forma e corpo. Recém-aprovada em Biblioteconomia, em 2° lugar, e em uma das universidades estaduais (UESPI) mais concorridas do Nordeste. E futuramente dará sua contribuição a fim de organizar bibliotecas e principalmente melhorar o fado dos deficientes visuais, já que vive na própria carne esta cumplicidade. Orgulhosa com seu êxito, prepara-se para um concurso público no qual venderá caro qualquer golpe sinuoso.
É obstinada, inclusiva, grata. Eis aí sua trindade. E lembrando que ninguém está livre de uma deficiência, seja ela qual for!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Templo de Debod - Es

O efeito que viajar causa em mim é viciante. A possibilidade de mudar de ares, de voar para o passado, a busca do novo, o movimento. Conhecer destinos tão antigos e tão bem conservados em sua história, poder de alguma maneira sentir-se dentro dessa história, deslocar-se em pensamentos, instruir-se, aprender, formar idéias, mergulhar em outras culturas, outras línguas. É algo como afogar-se dentro do próprio ser. A sensação é de regozijo. Reencontro prazeres que talvez tivesse desconsiderado. Redescubro valores relevantes que estavam guardados dentro da minha "caixa de pandora" interior. Reflito. Escuto meu coração e descristalizo o que é, em verdade, relevante. Sem sombra de dúvida é inebriante explorar outras civilizações. E acima de tudo admirando as cores, as texturas, as luzes, as sombras, a atmosfera e a dinâmica do lugar.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

sensação de déjà vu....

E vivendo vou aprendendo.. A chave para o conhecimento é a observação. O mundo é tocado com as leis da causa e efeito. Uma paisagem dessas provoca a sensação de tê-la vivido por várias vezes em minha infância, me remete a sonhos, ao tom do dourado antigo que vejo neles. Mergulho em mim.. Ouço o silêncio do Ipê-amarelo que incendeia meu campo visual e com seu hálito tímido e agradável sopra suavemente meu rosto murmurando doces palavras. O reflexo ocre do outono reluz suas flores e desnuda minha imaginação: quando criança sonhava esperançosa por um mundo melhor. O brilho rasgante do sol desvenda sentimentos puros, a beleza de apreciar. Existem lugares que parecem telas pintadas pela mão de um gênio. Lugares que parecem frutos de sonhos. A amostra viva do quanto a natureza pode emocionar. E emociona! Esse é um deles. Desafiando a seca, o ouro de um cavalheiro me seduz. A emoção escreve o meu olhar. Em meio ao cerrado, a vida. Me rendo.

Eu

Simplesmente Selena