quarta-feira, 31 de outubro de 2007

da imensidão azul

Se eu pudesse ser pássaro,
mesmo que por um dia,
queria ser uma gaivota..
a voar e voar,
até me entrelaçar com o horizonte e o mar..
a me perder e me encontrar,
ao looonge,
na imensa eternidade..
a olhar.. e me encantar..
a sorrir.. e cantar..
Fotografia, lugar: Fim da terra

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fisterra - Espanha

O frescor da manhã. A brisa cortante. Quase ouço o silêncio. Cheia de saudade. Tão longe e tão perto. Sosinha. Náufraga. Dolente. Sem rumo. Sem prumo. Sem norte. Sem mim. Sem ti. Sem brilho. Sem nós. Sem nada.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

da rua pulsando..

espaço.. passo.. descompasso.. aço.. cansaço.. promessa.. anseio.. devaneio.. movimento.. transeunte.. concreto.. multidão.. solidão.. vulcão.. vão.. explosão.. sangue.. remorso.. boa nova.. alma.. dores.. rancores.. ferrugem.. viço.. luz.. breu.. cor.. labor.. amor.. desamor.. destino.. desatino.. construção.. desconstrução.. coração.. ação.. carrossel.. crença.. dinâmica.. encontro.. desencontro.. reencontro.. sonhos.. sentimentos.. olhares.. entre-olhares.. barulho.. correria.. labirinto.. rota.. andar.. desandar.. cair.. levantar.. esperança.. desesperança.. idas.. vindas.. lugares.. nenhum..

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Da linda e triste história..

..do sol que se apaixonou pela lua, mas como não pôde tê-la afogava-se, a cada dia, meditabundo, no mar...
e ainda assim, no outro dia, aguardava ansioso o breve momento dela encontrar;
e explodia numa dança tons alaranjado e violeta, depois se vestia do índigo da sua amada..
e se misturavam..
e se amavam..

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Por Quem Os Sinos Dobram?

Eles dobram por ti, meu amor.
Pois tu enxergas o que há detrás do meu olhar.
Sabes se estou triste ou feliz.
E me comove as tuas contas negras,
Porque quando me olhas,
És único ao me ver.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

da fé que contagia..

Quando ele ia de Roma para Madrid o medo tomava a forma do Monstro do Lago Ness, as mãos gelavam até o osso, a vontade de urinar crescia toda vez que voltava do banheiro e acomodava-se na poltrona. E naquele puxa-encolhe de ir e vir a aeromoça reclamou: “Por favor senhor, não vê os avisos? Sente-se e ate os cintos!”.. Apressadamente atendeu a advertência da aeromoça, mas logo que assentava vinha a “desinfeliz” vontade de urinar. Saía rápido novamente em direção ao minúsculo toilette para não submergir em si próprio. Foi quando levantou-se pela oitava vez, e a comissária bastante irritada disse que ia chamar o chefe de bordo. Coitado! Com rosto pálido tentou disfarçar o medo crescente. Num riso frouxo rezou, orou, meditou, cantou um mantra para sair daquela aflição. Rogou a Deus que o arrancasse do medo horroroso. Foi quando olhou para o lado e avistou uma senhora bem chegada na idade fechando a Bíblia a se benzer. Bastou uma troca de olhares. Aquela velhinha tão frágil! Era como se já tivesse em solo espanhol..

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

da fusão..

A noite engole o sol para horas depois vomitá-lo..

domingo, 21 de outubro de 2007

Que venha a chuva!!!

Então se veste de vento
Brinca com meus cabelos
Escorre até as pontas
Abranda-me o calor..

domingo, 14 de outubro de 2007

Os poetas nunca ficam sós..

Olá amigos! Recebi ontem este texto por email de uma amiga querida. Daí pensei: devo compartilhar esta dança poética com meus leitores. Hoje estou sensível e me sentindo uma pessoa melhor. Eis tão linda oração que me possa servir de aprendizado, mas que também sirva aos anjos que por aqui passam.. Oração a Mim Mesmo Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais. Falar menos. Chorar menos. Ver nos olhos de quem me vê, a admiração que eles me têm e não a inveja, que prepotentemente, penso que têm. Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática, as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras. Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar. Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim e comigo morrem por eu não os saber sonhos. Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis; Aqueles que morrem e ressuscitam a cada novo fruto, a cada nova flor, a cada novo calor, a cada nova geada, a cada novo dia. Que eu possa sonhar o ar, sonhar o mar, sonhar o amar, sonhar o amalgamar. Que eu me permita o silêncio das formas, dos movimentos, do impossível, da imensidão de toda profundeza. Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde). Que eu saiba dimensionar o calor, experimentar a forma, vislumbrar as curvas, desenhar as retas, e aprender o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida. Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante. Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos. Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas. Que eu saiba perder meus caminhos mas saiba recuperar meus destinos com dignidade. Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo: - Que eu não tenha medo de meus medos! Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis e desperte com o coração cheio de esperanças. Que eu faça de mim um homem sereno dentro de minha própria turbulência, sábio dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas (que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez). Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão. Permita-me eu ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei, traduzir o que os mestres ensinaram e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências; Respeitar incondicionalmente o ser; O ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou. Que eu possa amar e ser amado. Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos; Fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas. Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só. (Oswaldo Antonio Begiato)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

de Madrid..

Subtraio-te. Finalmente. Meu amor. Aborto-te de mim. Definitivo. Desmembro-te das entranhas a forcepes. Extirpo-te como ao sexto dedo que me sobra. Observo-me sangrando em ferida aberta. Arranco-te a raiz. Sem demora. Dispo-me de ti. Liberto-me.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

De Paris..

Mais do que ansiar seduzir alguém me apetece aqui, pouco a pouco, cativar a mim mesma. Naturalmente. Cotidianamente. Amiúde. Escrevo, vou escrevendo. Cativo e sou cativada, ou melhor, em rigor nem sei exatamente onde quero chegar. Ou posso ir. Este blog pode expirar ainda hoje, ou amanhã, ou depois de amanhã, ou durar três anos. Não sei. Deixo acontecer. Neste local, para vocês: o perfume das palavras.

Eu

Simplesmente Selena