terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Honestamente..

Se tivesse poderes sobrenaturais voltaria meus filhos para dois, sete e doze anos de idade, debaixo da minha asa, onde pudesse outra vez reger suas vidas e cuidar, confortar, beijar as bochechas, repreender quando preciso e velar seu sono. Entretanto, eles crescem e nos largam de mão, e este crescimento gera dor em nós. E quer saber?, aquela mãe que era o porto seguro, a fada bondosa, já não é mais, passa a ser apenas uma figura simbólica. Estou certa de cada um dos meus rebentos nos pormenores: seu jeito, sua personalidade, seu caráter, seus gostos, manias e chatices. Conheço cada palavra não verbalizada em cada olhar. Sofri e ainda amargo pelo amadurecimento deles, parece egoísta e doentio, mas não é. Na verdade me preocupo, pois já se deparam com os percalços circunstanciais da vida. Faz parte. É quando o mundo cão se apresenta atrevessando seus caminhos. Aí bate a danada insegurança do futuro -que está em aberto- e reflito: será que tudo que ensinei está lá com eles esperando ser utilizado, será que saberão sair dos perrengues e da má influência? Amigos, quem é pai ou mãe bem sabe.., eu me preocupo, tu te preocupas, vocês se preocupam; queimamos pestanas de tanto passar sono, nos consumimos de medo do que eles ainda vão experenciar, mas apenas nos recolhemos a insignificância de sermos pais. Rezamos para eles serem resguardados, terem boa saúde, tornarem-se cidadãos e pessoas do bem. Desejamos com sofreguidão que sejam eternamente felizes. É!, nossos filhos não são nossos nem pensam como nós. E eles voam do ninho assim como também voamos um dia. Pagamos o preço que nossos pais pagaram. É a lógica.

Eu

Simplesmente Selena