domingo, 8 de junho de 2008

Cara de sucupira têm em tudo lugar...

Gentêee... de vero, se tem uma coisa que abomino é brasileiro babaca que vai morar fora do seu país e posa de bala. Na minha primeira viagem para a Europa, mochilei por tudo quanto foi cidadezinha da Espanha com minha filha Catarina, e numa dessas paragens fincamos pé em um bar de Granada para comer algo, estávamos cheias de fome e mortas de cansaço.
Havia uma apresentação bem próxima de capoeira e decidimos ficar por ali mesmo assistindo. Vários brasileiros cantavam na maior festa, um deles era uma mulherzinha mal-educada pulando mais que macaco, só faltava a melancia na cabeça e pior, praticamente em cima da nós. A cadeira ia pra-la-e-pra-cá e aquilo me irritava!, eu estava subindo pelas tamancas já com a lavadeira "roxa" cá dentro sentindo que faltava pouco pra armar o maior barraco, mas Cacá disse para eu me controlar que isso era vergonhoso.
Então tá, obedeci minha filha e fiquei só urubuservando a abestalhada, porém na espreita. Continuamos nosso papo sem olhar para a espetaculosa, fazíamos de conta que ela era invisível, e mesmo famintas ficamos sem mais a menor vontade de continuar ali. Naquela ocasião, a doidivanas percebendo que não alimentamos sua baixaria, virou-se para nós e perguntou pra minha filha de onde éramos? Catarina respondeu e se voltou à mim sem encompridar conversa. A "gata páia" não se deu por vencida, falava em cima da gente quase cuspindo, eu conseguia sentir seu hálito de saburra de cigarro misturado ao álcool; putz!, que horror...
Na verdade ela queria tirar onda com nossa cara a fim de aparecer para os outros do "tipinho" dela que lá também estavam. Eram uns dez. Sabe.., aquelas pessoas que saem de seu país para trabalhar de piniqueiras e dão pinta de bacana dizendo que forão estudar na Suiça, Inglaterra, Espanha etc?, pois é!, é bem por aí.
Sim, continuando... A "tipinha" não contente se voltou novamente e perguntou para Cacá se podia sentar-se conosco? Ah!, mas aí não prestou não. Cacá esbugalhou os olhos e olhou bem dentro da tela larga dela e disse em alto e bom som: “Não, querida!, aqui conosco nesta mesa só assentam-se espanhóis!”. Caraaacoles!, foi no talo das veentass. A comadre ficou a ver navios com a cara se contorcendo toda sem graça, depois saiu com o rabo entra as pernas, puxou a cadeira da mesa em que antes estava e quase se afundou, em seguida ficou imersa em pensamentos fazendo bolinhas de uma fumaça tão fedorenta que mais parecia um dragão fêmea. Foi hilário!
É nessas horas que se deve botar alguém em seu devido lugar, e quando esse alguém é nosso co-patriota para lá de mal-educado: ah!, aí sim, a vontade cresce na velocidade da luz. Fiquei curiosa e perguntei a Catarina o porquê dela dizer que ali só podia sentar espanhóis? Cacá que não é boba nem nada, percebendo que a turma em que a "marrdita" se encontrava havia homens e mulheres (brasileiros); daí a tal idéia, uma grande sacada. Nada tinha a ver com preconceito, mas com ficar tranquila sem sermos importunadas. E assim, em uma tacada de mestre minha filha com muita classe mandou a desavisada dar um passeio bem basiquinho sem direito a volta.

Eu

Simplesmente Selena