terça-feira, 3 de junho de 2008

de (re)acreditar-se...

Cinco anos em catarse, quixotesca forma de me (re)inventar. Há anos sou uma grande piada. Sem coragem pra arregaçar as mangas e emagrecer. Sem reputação de mim mesma, auto-comiserativa, burra, empacada. Presa num corpo que não é meu, que não sou eu, que nunca se misturou a mim de verdade. Vazia e cheia de mim. De saco cheio, saturada, impregnada, na lata, até a tampa de mim. Estática. Sem cor. Até então separada por uma linha tênue: a do desleixo e a do resgate, mas a segunda me salva do abismo, me estende a mão. E na contramão de minha forma de viver enxergo ao longe uma luz flutuando no fim do túnel; ainda densa, porém já consigo decodificá-la. Aos poucos ela me encandeia, mas seu brilho me atrai. Parece uma força maior. Que me puxa e me quer. É a luz da esperança que me segura no colo e acaricia minha autoestima. Então fico sonhando com o cansaço da subida, mas principalmente com o repouso do cansaço, e com um mundo novo repleto de novas possibilidades. Daí planejo. Vejo portas se abrindo. Sinto o vento entrando e os raios claros do dia nascendo. E moinhos de vento. O objetivo se achegando. O foco na reta se aproximando. Então chove em mim. Chove para mim. São lágrimas de renovação. É o ciclo de mim. Estou mais segura, terapiada na dor, mas também na alegria. Confiante, persigo meus passos. Não os perco de vista. Lá estou e vou eu... seguindo adiante na vigília constante de mim. Laçando o professor tempo com laços da fé, são laços apertados, cada dia devagar, um após o outro. Serena... segurando-me no colo e desta vez sem desistir. Dando-me crédito outra vez. Em busca do meu ajuste de contas. Agora sou eu comigo. Na tarefa árdua de cumprir os atos que ora faço. Prometo-me. Enfim. Juro-me.

Eu

Simplesmente Selena