quinta-feira, 19 de junho de 2008

D E S E J O S... S O N H O S...

Na esperança dos objetivos, prometemos... eu prometo, tu prometes, eles prometem... promessas são afirmações solenes de alentos para dias melhores que buscamos.

Aprendi a sonhar com os pés no chão e os olhos voltados para realidade. Quando eu era menina imaginava que as brancas nuvens eram feitas de algodão doce gigante que daria para suavizar a vida de todas as pessoas da Terra. E, na minha ingenuidade, realmente acreditei que aquela planetária almofada além de ser muito fofa e macia era o alimento enviado por Deus especialmente às criancinhas do universo. Me visualisava pulando, correndo, dançando, saltando, deslizando como se fosse um imenso escorrega-bundas numa maratona de deleite, depois escolhia a nuvem mais fofa e adoçava a boca com mel; se tivesse sede espremia uma outra nuvem saciando-a com gotas fresquinhas.

Imaginar sempre foi meu ócio criativo, somos reis da imaginação. Meu amigo imaginário em todo tempo foi meu pensamento a engendrar a minha facilidade de criação, de sensações, de me remetar à lugares infinitamente surreais; produto dos meus devaneios pueris.

E eu pensava.., e pensava: ah!, meu Deus: se eu pudesse nascer muitas Selenas para aproveitar mais e melhor e.., subir ao sol, correr pela lua, descansar numa nuvem docinha, cavalgar ao vento, caminhar sobre as águas até fundir-me com o horizonte e o mar, colher várias estrelas coloridas e encher meu baú secreto, mergulhar de cabeça no firmamento, nadar pelo ar, me afogar no éter, pular amarelinha no rabo de um cometa, deslizar nas cortinas violetas do lusco-fusco, ouvir um piano tocar "Prélude à l'amour" em plena lua cheia, e voar pelo céu sem eira nem beira, navegando a braçadas entre as estrelas com o olhar grudado no pisca-pisca que explodia no obscuro... e as mil borboletas que voavam em meu estômago também se divertiam comigo.

Ah!, se eu me embriagasse do vinho úmido da noite, mas depois tomasse banho nas nuances do pôr-do-sol até me besuntar de jovialidade.. ah!, e se eu pudesse usar a palavra e o diálogo como único fim para o consenso, e construir a paz de mim para o outro e à todas as famílias do planeta, comungando no respeito e no aperfeiçoamento da humanidade.., ah!, se eu fosse capaz de exercitar a solidariedade e a compaixão na busca por uma sociedade igualitária tornando infecundo toda maldade e egoísmo do homem para o homem. Por não ser capaz de voltar-me novamente criança, hoje eu preferia a sanidade dos loucos.

Eu

Simplesmente Selena