terça-feira, 26 de agosto de 2008

R E F L E X Ã O Ã X E L F E R

Todos nós, indivíduos que somos, carecemos ser ouvidos e principalmente ser compreendidos ao menos por uma pessoa que seja. Respeitando essa comunicação direta e sincera partilhamos as sensações com o outro de forma verdadeira. Largamos as máscaras, não representamos papéis e escancaramos nosso EU, tal as cartas do baralho na mesa, mas em algum momento qualquer podemos camuflar algo por medo de nos mostrar de peito aberto. Receamos expor nosso "kit avariado" de carga emocional por pura insegurança, do qual estando na avaliação do outro - talvez - ele não acolha-nos como gostaríamos. Ainda assim, sabemos que para nosso desenvolver precisamos da total entrega: sem entremeios, sem vácuo ou fronteiriças. Todavia, para prosperarmos esta conexão padecemos da sustentabilidade da relação em si. Dessa forma, vamos compondo harmoniosamente a orquestra nos laços de afeto e na interdependência do Eu com o Outro. APERFEIÇOAR-SE é a bola da vez e é o que queremos para nós. De toda maneira, a intimidade se fará valer na dinâmica do dia-a-dia, bem como CO-existir, que é a parte principal do processo...

Entretanto, o que ansiamos é nos tornar pessoas melhores a cada raiar da manhã... desvinculamos de nós os núcleos engessados e nem de longe somos hoje o que fomos há um, cinco, dez ou vinte anos. Aquele de outrora ficou lá para trás e tirou as devidas lições. Caiu... Levantou... Aprendeu... É leviano atribuir juízo de valor ao outro como a mesma pessoa que atua hoje ou que ainda pode vir a SER. Portanto, podemos estar melhores ou piores, depende da opção que escolhermos, considerando que a mudança age em nós como um organismo vivo. E na verdade o que queremos é uma comunicação honesta e dual: sem manobras ou refúgios, sem armadura ou prêmio acariciador do ego, pelo simples motivo que visitar a realidade é recheado de prazeres.

Nascemos SÓS e morremos SÓS, necessitamos crescer SÓS e consequentemente (CON)vivendo com o outro a fim de alcançar o fiel feedback. Se preciso for, pedirei desculpas e desculparei, chorarei e reconciliarei, afinal não estou acima do bem e do mal. E que todos os seres humanos não gastem este tempo fugaz travando o perdão e a própria evolução, pois evoluir é equacionar desacertos para acertos. Enfim... a caminho em direção à maturidade e à compreensão das coisas. Não tem outro atalho que não esse. Porquê viver é precioso demais e é a grandiosa oportunidade para sermos felizes... pois sem demora, a vida se dará como um sopro.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

E viva a terapia do vômito...

Há dias estou a concluir a teoria sobre os blogues que saturam o espaço cibernético, e ainda assim reluto em manter o meu querido “osonodosol” na horizontalidade da tela. Na verdade já me afeiçoei a ele, o que me dá em larga escala a peninha danada de me desligar daqui. Desde criança me identifiquei em contar ao papel minhas emoções. Apetecia-me desenhar minhas sensações, meus momentos, medos e alegrias. E então, sangrar todo sentimento que de mim tomava conta.
Todavia, percebo que muitos que demarcam o espaço na blogosfera não passam de ególatras cheios de si. Dependendo do meu estado de espírito posso de alguma forma me encaixar nesse contexto. Ora bolas, e por que não? A blogosfera é uma contenda incansável de ego grande. Digo isso porque, também, ao me derramar ativo meu botão massageador do culto a mim mesma. Identifico que preenche minha vaidade com mimos e, não raro, censuro-me em seguida, porém, ainda assim, não consigo deixar de carimbar minha marca de: escrever, escrever e escrever; talvez esta seja a forma mais terapêutica de não precisar pagar o analista. Ando durango pra caramba!
Imagino assim. Cada indivíduo delimita sua área própria, o monitor é um grande shopping, as lojas são os textos, os comentários são as prateleiras fervorosas da aprovação dos leitores compradores da ostentação do outro; algo como um grande salão de departamentos para pseudos intelectuais carentes de elogio.
A necessidade de se fazer valer vai de mim ao outro e assim sucessivamente no tocante a quase tudo que se expõe em sua lojinha de auto glorificação. Discorre-se sobre Razão e Ética, o bem e o mal, a esperança e a paz, cores e nomes, celebridades, política, família etc. Explodem saberes acerca de tudo e mais um pouco. Fala-se das películas de sucesso, do clássico noir, criticam-se novelas e livros. Rebuscam com superioridade rigorosa sobre amor e paixão - tema tão simples e sem delongas. E para inflar peitos de pombo: divagam-se sobre os diálogos de Platão; a última sinfonia de Beethoven; o Rei da valsa, Johann Strauss; o romântico Dom Quixote de La Mancha; discutem Dante em sua Divina Comédia e por aí vai as tantas teatralidades virtuais.
No entanto, será que nessa estratégia da multiplicação de visitantes, o blogonauta é, de todo, sincero? Será que esta supervalorização de si mesmo cria valor conseqüente para o leitor? Eu mesma quero saber quantas pessoas me visitam por dia e gosto ainda mais quando me respondem um texto por e-mail. Seduz-me. É bom para o moral. Mas será que atingi meu fiel objetivo?
Cada blogue jorra do estômago a famosa frase: “espelho, espelho meu, qual será outro com o umbigo mais bonito que o meu...?”. E eu cá na minha mercearia pequenina enveredo por essa vertente curiosa e - quiçá também, sou uma “persona non grata” a escrever para eu, para tu e para ele; para poder sair de mim e voltar a mim. E neste despejar “marromeno” de iguarias, me revisito a cada vendagem de palavras aprendendo a apartar-me do ego encapsulado. Que assim seja.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

dos antônimos que se fundem...

A eterna existência do: ante e pró, não e sim, certo e errado, bem e mal. Dualidades. Divergências. Desafinos. Antônimos.
O que há tempos martela na minha cabeça é essa tal de Imparcial e Parcialidade. Como não ser tendenciosa? Tenho opiniões mutantes formadas, princípios, valores que regem minha vida e interesses, que são na verdade como minhas impressões digitais: ÚNICAS E INTRANSFERÍVEIS.
Como me desvencilhar das minhas digitais e necessidades com total isenção sem inclinar-me em favor de mim mesma ou de quem amo? A resposta se parece cristalina como água. Todos somos tendenciosos. Creio que este antônimo da PARCIALIDADE só existe para (co)existi-lo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

E VIVA A ECONOMIA ! ! ! ! !

Meu filho emprestou cinqüenta centavos para um colega de escola e depois me disse que não precisava de pagamento. Afinal são apenas "cinco moedinhas de dez centavos que não servem pra nada", como ele mesmo declarou. Por ser um tema relevante decidi fazê-lo em sua homenagem.
Eu sei que se tratando de dinheiro todo ele juntado cresce, eis o motivo da minha idéia e assim que postei no blog logo, logo o chamei pra ler. - Pedro meu filhote, LEIA! Escrevi especialmente pra você. Pois é... aí está várias pratinhas e dentre elas têm de dez e cinqüenta centavos. As guardei - dia a dia - em um porquinho de barro cor-de-rosa. Interessante esta fotografia, não acha?! Considere isso aqui educação financeira e faça como eu, seja um poupador.
E assim se deu: durante quatro meses, do final de maio a meados de setembro, acumulei a quantia de R$178,00; eram apenas moedinhas, ou porque não dizer, trocos.
Que tal, o que me diz, hein?!

domingo, 17 de agosto de 2008

E N S A I O

Sentia-se apática. Virada do avesso. Adormeceu triste. Sonhou-se a Fênix. Despertou renovada. Deu-se uma nova chance. Tantas quantas fossem preciso. Se (re)inventou. Cheia de esperanças deu a largada. Outra vez...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

dos românticos...

Se eu pudesse ser uma dança queria ser o Tango. Uma das coisas que eu adoraria ter vivenciado como forma de sedução ao meu casamento era ter rodopiado muitas e muitas vezes com meu marido. Dançar é o regenerador de todos os males do cotidiano e dos aborrecimentos e afins.
Tantas vezes a lua encheu minha alcova e me transportou à lugares surreais. Eu e meu marido estivemos em tantos e eu era a brisa transportadora. Via-nos numa dança cálida e sensual com o palco iluminado por uma claridade inverossímil, a mesma que invade sempre minha cama. Devaneios meus, ainda que só meus, simplesmente meus...
A palidez lunar era o elemento que nos vestia sutilmente a pele de prata; o Tango: ah!, o tango!, essa dança incendiária e bandida fluía com sensualidade ímpar aprovando nosso olhar canalha e compenetrado. A melodia quente do protagonista cadenciava nossas almas com a força irreverente dos nossos corpos na conquista dual. Toques levemente abruptos, sons guturais tão nossos, cheiros, gestos inexplicáveis, trocas mútuas; abstraídos do mundo na sensação de unidade e liberdade que incrivelmente fazia parar o tempo. O momento tão nosso, da lua e da dança... ao som do bendito seja o tango a transbordar em nós como em uma cópula.
Tal o charme na película “Perfume de Mulher”, com Al Pacino e a clássica arrepiante cena na música de Carlos Gardel. E, a flutuar no salão, sob “voyeurs” espectadores, eram ele e a moça, além do tango, é claro.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

EVOLUCIONISMO ou CRIACIONISMO

"Em algum lugar, alguma coisa deu terrivelmente errado"
(frase acima)
Você acredita na teoria da Evolução? Ou acredita na Bíblia? Mas dentre essas teorias qual das duas você escolhe para si firmar ao mistério da existência humana? Reflito, filosofo, imagino o inimaginável, mas, alguma coisa forte em mim tende para o lado da CRIAÇÃO.
Conta-me o Livro de Gênesis a perfeita harmonia do criacionismo cujo modelou o universo e que diz mais ou menos assim: no princípio Deus criou os céus e a terra; a terra estava vazia e escura e Deus ordenou que se fizesse a luz; depois veio o dia e a noite; as águas e o firmamento; a aridez do solo; e Ele ordenou que crescessem plantas, sementes, frutas para servir como alimento; então criou o sol e a lua e em seguida as estrelas; os animais das águas, do ar e da terra; e por fim criou homem e mulher à sua imagem e semelhança presenteando-os talentos para administrar a Sua Criação.., e ordenou que frutificassem e multiplicassem a sua espécie com autonomia, responsabilidade e discernimento... E Deus viu que isso era bom... e asssim se fez...
Para mim isso não se dicute! Palavras para que???
Porém, há alguma coisa que falhou na Origem de tudo e que está para além da minha compreensão. Será o Bem e o Mal a raiz de todos os problemas da vida? Por que nunca se soube "de onde viemos e para onde vamos" com a certeza que precisamos saber? Qual o verdadeiro motivo desse enigma tão impenetrável à razão humana?
Não trato aqui de querer misturar religião e ciência, mas de instigá-los ao pensamento: pensar, pensar e pensar... e nesse ponderar dos tantos questionamentos que fundem minha cuca, gostaria imensamente de saber onde repousa a essência dos sentimentos de amor incondicional, ódio, felicidade, paixão, amizade, solidariedade, júbilo e compaixão? É na Ciência ou na Criação?
E como diria Dona Milú da novela Tieta: mistééééééééééerio...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

E DEUS criou a MULHER...

O universo feminino é rico em uma grande sensibilidade quase inalcançável. Considerando-me parte dessa esfera gosto de deambular pelas características multifacetadas do sexo frágil. Ensaio ao máximo meu próprio distanciamento para melhor compreender esse turbilhão hormonal.
Toda mulher tem de fato uma percepção extra-sensorial que está fora de questão. Ponto. Para nós, tudo importa. Ou os dias estão mais rosados, ou o céu está menos azul, ou mais cinza, ou chove lágrima ou pérolas. Somos seres emocionais pela simples natureza, e no entanto, buscamos a sabedoria. Sem onipotência. Longe disso. Mas é incrível! Nós mulheres enxergamos a vida de frente, lado e costas, e, não sei bem o porquê, detemos um poderoso terceiro olho: a intuição.
Mas o mais curioso que possa parecer é a dinâmica de todos os dias sendo feita e refeita com maestria. Damos conta do recado com primor e o mais inexplicável ainda é que, obcecadas por detalhes, percebemos um ínfimo pontinho preto no canto mais insignificante do gesso da sala.
Múltiplas à nossa medida podemos ser ao mesmo tempo: mãe-torista; pai se houver necessidade; administradoras da casa e tudo que ela implica; fortalecedora do emocional de nossos filhos usando a palavra certa; apaziguadora das animosidades entre irmãos; suportadoras do mau humor do marido. Enxergamos o TODO... enfim... E sem esquecer que mil mulheres habitam em nós, ainda fabricamos tempo para submergir à nossa individual companhia.
Se sofridas, choramos. Se contentes, choramos; mas somos alegres. Lutamos pela essência da vida e viemos afloradas para amar, amar e amar... Desenvolvemos métodos para transformar o complexo em simples, o pouco tempo em tempo de qualidade, a severidade atrelada de um manso sorriso e o santo puxão de orelha. Somos duais.... plurais... mulheres... mães... Somos ninja! Arranjamos solução para tudo, porém não somos tolas.
Temos a capacidade de pensar e planejar variadas coisas ao mesmo tempo sem nenhuma confusão mental. E o mais compensador de tudo isso é que com tantos afazeres domésticos e a psicologia sendo exercitada à quem guardamos sob nossa asa, ainda assim, queremos cuidar desses amores com rigor sem par.
Somos a comunicação viva, o diálogo equilibrado para a felicidade geral da instituição chamada FAMÍLIA. Em vista disso, carecemos do nosso “time” para refletir e reorganizar o caos cotidiano em seu devido lugar. E então, ressurgir como a fênix, novinha em folha... em cada amanhecer.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

R E P E T I R (S E)

Nunca trilho o mesmo caminho duas vezes, há sempre um novo debruçar, uma nova possibilidade... Um passeio bucólico, um até logo, o percorrer cotidiano pelas avenidas, as conversas de todos os dias, os sorrisos de todos os dias, os abraços de todos os dias, as tantas pegadas na sala de casa, ou uma cidade que já fui várias vezes.
Percebo que quando estou a fazer caminhada me deparo com o mesmo rio Poty, que é incrivelmente outro; suas águas a escorregarem suavemente não são as mesmas… E eu a caminhar ao lado do rio e a pensar e pensar.., ah!, sou inexplicavelmente outra; a cada dia uma mulher se (re)inventa em mim, retemperada e cheia de emoção - subjetiva eu sei -, mas com o estado de espírito aberto à renovação. Renovar: Recomeçar. Substituir por coisa nova ou melhor. Dar aspecto de novo. Conta-me meu fiel escudeiro dicionário Priberam online.
Eu, tu, ele... em cada momento vivido nossa singularidade percepcional testemunha a maneira de como enxergamos o mesmo mundo, diferente. A principiar repetidas vezes a própria vida, no entanto, com novos olhos gentis.

Eu

Simplesmente Selena