quarta-feira, 13 de agosto de 2008

dos românticos...

Se eu pudesse ser uma dança queria ser o Tango. Uma das coisas que eu adoraria ter vivenciado como forma de sedução ao meu casamento era ter rodopiado muitas e muitas vezes com meu marido. Dançar é o regenerador de todos os males do cotidiano e dos aborrecimentos e afins.
Tantas vezes a lua encheu minha alcova e me transportou à lugares surreais. Eu e meu marido estivemos em tantos e eu era a brisa transportadora. Via-nos numa dança cálida e sensual com o palco iluminado por uma claridade inverossímil, a mesma que invade sempre minha cama. Devaneios meus, ainda que só meus, simplesmente meus...
A palidez lunar era o elemento que nos vestia sutilmente a pele de prata; o Tango: ah!, o tango!, essa dança incendiária e bandida fluía com sensualidade ímpar aprovando nosso olhar canalha e compenetrado. A melodia quente do protagonista cadenciava nossas almas com a força irreverente dos nossos corpos na conquista dual. Toques levemente abruptos, sons guturais tão nossos, cheiros, gestos inexplicáveis, trocas mútuas; abstraídos do mundo na sensação de unidade e liberdade que incrivelmente fazia parar o tempo. O momento tão nosso, da lua e da dança... ao som do bendito seja o tango a transbordar em nós como em uma cópula.
Tal o charme na película “Perfume de Mulher”, com Al Pacino e a clássica arrepiante cena na música de Carlos Gardel. E, a flutuar no salão, sob “voyeurs” espectadores, eram ele e a moça, além do tango, é claro.

Eu

Simplesmente Selena