sábado, 22 de novembro de 2008

do amor ao ódio; da resignação à LUZ...

No princípio quem sempre aplaudiu foi eu. Fui alegre e triste e depois fui de novo alegre e triste. Doação sem condições. Dor? Das mais cortantes. Saudade? Moeu os ossos da alma, das coisas vividas e das não vividas. Afeto? Dos afetos sou, afetuosa me refaço.
Já chorei tanto que queimou a pele do meu rosto. Ridiculamente possessiva um dia fui. Intensamente lasciva, também fui. Fui paixão tirana e vaporizei meu eu. Escancarei gargalhada de faltar o fôlego dentro da boca dele. Também já beirei o precipício e fui tragada anti-o-vácuo.
O verbo bradei aos quatro cantos a explodir meus pulmões que de amor não me cabia IMENSO... Imediatismo era minha vã filosofia, dei com os burros n'água e o Caos me harmonizou. Hoje sou feita da paciência. Da espera. Do sereno.
Quem sempre fez festa pra ele e por ironia do destino a derradeira, a saber, fui eu. Fui rumo, desvio e cólera. Fui âncora, choro e ritmo. Fui a bendita e a desdita. A santa e a puta. Fui personagens dos livros que li. Dos filmes e novelas que assisti. De tudo que observei. De tudo que vivi. De tudo que ri.
Fui a explosão da escrita, da voz e do silêncio. Da traição que sangrou, e do perdão que coagulou. Ora sensibilidade, ora pedra. Sangria e homeostasia. Padecimento e prazer. De tudo um pouco. Do sentimento requentado e absolvido. Revelado a si.... revela-se. E esta que vos fala, com dor e analgesia, ora perdida, ora encontrada, ainda sou eu...

Eu

Simplesmente Selena