quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Assim ando ultimamente...

Fotografia by Catarina NeryAndo lendo muito Ana Cristina César. Ela era absurdamente paranóica, mas é assim que eu às vezes estou a me sentir... quase seca, quase plena, quase sofrendo, quase satisfeita, quase triste, quase completa, quase ausente, quase serena, quase aflita, quase sangrando, quase equilíbrio, quase odiando, quase amando, quase feliz, quase brotando... quase gozando.... tudo misturando e remisturando-se em minha sã melancolia, em minha santa alegria.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

NOSSAS FLORES DE PLÁSTICO

preparam-se guloseimas. celebram o peru. trocam presentes. explodem as luzes. tocam o sino. vestem fina estampa. abafam os quintais. afogam tristezas. mastigam ressentimentos. dançam a ilusão. dissimulam alegria. o olhar vê e não enxerga... mas esperançosos esperam. e... esquecem-se do verdadeiro espírito do natal. a fraternidade entre todos. o amor...
Fotografia by Catarina

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O passado adormece sépia...

Fotografia by Catarina NeryAnos setenta. Copa do mundo. O passado pode ser como uma película de imagens descoradas e som apagado, mas ainda assim recordo o cheiro, as vozes, o hino, a luminosidade e a textura daquela escolinha. Chamava-se Anexo. Uma casa alugada pela Prefeitura, enquanto finalizava a obra do Cecém Oliveira, meu primeiro colégio, palco das minhas primeiras descobertas. Amizades, promessas, simplicidade e, a merenda que chamávamos de bug: uma espécie de sopa de arroz que vinha dos Estados Unidos aos países pobres. Quanto tempo passou!, os desejos tão puros que se dissiparam ao sabor do vento. De todos os colegas restou-me a Élida, da qual também sumiu de minha vida. Cadê você amiga, por onde tropeça, como está, o que têm feito? Sinto uma saudade funda da infância, apetece-me contar fatos por aqui. Pois sim... voltando à coleguinha de sala e também minha vizinha de rua, nunca esquecerei o dia em que Éda, chateada, saiu da sala e bateu a porta com força. Dio mio! Achei o máximo. Depois daquele episódio fiquei temerosa, mas encantada com seu "jeitão não levo desaforo pra casa"(risos). Cada pessoa é única, e Élida era despachada literalmente, sangue quente. Já eu, uma cagona de décima quinta grandeza; ah, meus amigos, eu batia os dentes de medo de taca! Bom relembrar as coisas da meninice. Ali era o meu lugar preferido. Quanto comprometimento havia de mim para aquela escola. Adorava estudar, conversar, correr, desenhar, aprender... foi a melhor época da minha vida! Felicidade, alegria, paz, sonhos... tudo tão harmonicamente juntos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

F A S C I N A N T E ! !

Fotografia by Catarina NeryEstou repleta de temas para escrever, mas esta observação calhou-me bem. Curioso. Das relações humanas que construí e convivo, o que mais me seduz é observar que para cada indivíduo tenho uma postura, um carinho. Sou diferente para cada outro que atua diante de mim. Cada relação é singular e isso é encantador. É importante saber que cada pessoa também me enxerga de forma diferente. Percepções, visões, trocas, linguagens, expectativas... Nossa! Eu adorava ir ao cinema com uma amiga na época da adolescência; com outra, para as baladas; com outra, passar o domingo; com outra, dividir meu mais segredado estado de espírito. Com outra, minhas vivências, minhas neuras e o cotidiano. É, abasteço este blogue com minha filosofia de botequim. Mas que é interessante é. Então... saúde plena aos iluminados que fazem ou fizeram parte da minha vida. Obrigada mil!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ranço...

Eu tenho medo do clima quente e cada vez mais seco do Piauí. Tenho medo da violência que assusta Teresina. Tenho medo da ausência de chuva no Piauí. Tenho medo de perder o entardecer neon de Teresina. Tenho medo dessa antipatia habitual de alguns tantos pelo Piauí. Tenho medo, muito medo do preconceito imbecil por minha Teresina, por meu Piauí. Tenho medo do bairrismo de outros estados contra o meu. Porque se é esse conceito - de nada - que meu país tem do meu estado, eu tenho medo é do meu país.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Nosso arco-da-aliança...

Fotografia: Sela e Cacá, Segóvia - EspanhaPensando melhor, foi um final de inverno fabuloso. Houve desgaste, cobrança, momentos alegres, outros tensos, mas muita recomposição sentimental. Sorrimos, padecemos, choramos. Lavamos um monte de roupa suja e deixamos no capricho. Zeramos o cronômetro do ressentimento, da raiva, da intolerância. Não podíamos considerar outra opção que não fosse a homeostasia, o aconchego depois de tanta surra de palavras e ânimos alterados.
A aura daquele lugar era cheia de espiritualidade e humanismo, uma apoteose vazando fé por todos os cantos. Gente do mundo inteiro. Em todos os sentidos que olhava a cidade, pairava uma espécie de sobrenaturalidade, bons sentimentos aflorando na vontade ser melhor. Era o que eu sentia. E creio que assim era. Havia uma claridade esmagadora sobre meus olhos que chegava a doer, talvez sentisse o olhar embaçar, e foi assim onde me percebi mais humana e mais compreensiva. Foi lá - naqueles três meses - que enxerguei que sofrer podia ser bom. Seria meu fogo-fátuo e a minha catarse.
Santiago de Compostela, seu ladrilhos milenares, sua luz âmbar, sua história santa, sua hospitalidade... Impressionante que mesmo pequena e com seus noventa mil habitantes possui um ar cosmopolita, de vanguarda e de festividade de todos os gêneros. De lá partimos em nossas andanças pelo mundo... Cacá, eu e as viagens nas estradas da Espanha e Portugal, éramos cada vez mais frequentes. Três mosqueteiras. Sim, as viagens se tornaram dali em diante também o sujeito, nossa companheira fiel. Um dia em Porto, a admirar suas belezas esperando o disco flamejante se apagar nas águas do atlântico; outro a tocar as ondas geladas de La Coruña; outro a apreciar o mar azul de Vigo, e depois fazer umas comprinhas; outro atravessando os vales dourados se eclipsando aos tons violeta da região do El Bierzo; outro serpenteando as montanhas cobertas de neve... cores, cheiros, sensações...
Respirávamos poesia em cada poro. Desde que me entendo por gente sou uma viajante em potencial. Das primeiras paragens eu nunca esqueci. União no interior do Piauí foi a mais marcante de toda minha vida. Seria o início de muitas que ainda viriam, pois meus pensamentos já me transportavam continuamente aonde eu desejasse ir. Provavelmente por responsabilidade de Júlio Verne, e alguns livros infantis que povoaram meu terreno fértil e anódino. Eu era como uma mensageira de mim e dos meus devaneios pueris: planos, esperança, aventura, combustível... Imaginava a terra, o céu, a chuva, o pôr-do-sol, a luz da manhã... Idealizei muitas vezes a Espanha, a África, os EUA; como seria seu povo, sua cultura, sua língua? O fato de eu ser "durango kid" não minava minha convicção, ao contrário, só crescia. E eu acreditava... pensava e pensava: ainda vou desbravar tantos lugares, respirar o oxigênio mais longínquo que exista; não me importo com o dia e nem quando, eu irei!
As cidades se apresentaram a mim pelas novelas e pela minha coleção de selos. Hipnotizada eu adentrava na tela da tevê e naquela minúscula figurinha, eu me divertia. Além de sentir o lugar, parecia que o lugar também me sentia. Foram tantos os meus castelos de areia que o vento não levou. Todas as miragens e fábulas que percorri na infância, minha filha Catarina tem me proporcionado com muito carinho, e minha gratidão é sem tamanho. Cacá tem me feito feliz. Deu-me a realidade em vez do sonho. Recordo sua alegria ao me receber pela primeira vez em Madri, tinha as pupilas líquidas, chorava e me abraçava, e eu matava a saudade.
Minha filha, cidadã do mundo. Confesso, ela me dá um orgulho danado! E nesse ir e vir fizemos parte da variada fauna de cada pueblo que esbarramos. E de uma coisa não esquecerei jamais: sonhos são realizáveis, basta mentalizá-los. Abriram-se em meu ser como úlcera na boca do estômago. Há remédio para isso? Sim. VIAJAR... Já disse Saramago que, o fim de uma viagem é apenas o começo de outra...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

F E S T I V O ! ! ! !

Fotografia: Catarina Nery, Santiago de Compostela - Espanha

Gosto do olho que olha a noite...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Do Amor...

My God!, eu amo o Amor. Amo as pieguices e as insanidades do amor. O amor é meu remédio e meu alimento. Amo a falta de lógica do amor. Amo os ciúmes retrospectivos do amor. Amo as retóricas do amor. Amo as confidências e a estupidez do amor. Amo a emoção, a doação e as sensações do amor. Amo a leveza e a complicação do amor. O frio na boca do estômago, as mãos geladas, a respiração curta e rápida. Amo os insultos e as bobagens do amor. Amo o fetiche do amor... os olhares, a boca úmida, o engolir, o cheirar, o beber. Amo a idealização e a insensatez do amor. Amo os sussurros, os murmúrios, as palavras, os desejos, os planos, os sonhos, o caos. Amo o amaldiçoar, a raiva, a devoção do amor... Amo o soar do eu te amo... Amo, amo, amo: o AMOR.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

AVE MARIA...

Enquanto teclo, ouço Ave Maria de Bach-Gounod. Não sei o que seria dos meus ouvidos se não pudessem viajar nessa obra primorosa, penso que eu seria uma pessoa pior. Hoje os meus sentimentos estão misturados, confusos, estou chateada. Absorvo muita coisa da minha casa, estou farta. Todos agem como se não precisassem da minha mão; mas que nada! Nesse momento sem meu apoio isso aqui virava uma bagunça literal. Sei que minha presença é crucial para a moral, os bons costumes e o emocional do núcleo. Mas quem tá descontente sou eu. Responsabilidade sobrecarrega. Gerir pessoas adoece. Sancta Maria... Sancta Maria... Mariiia...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Numa tarde dessas...

A casa parece desabitada. Laly na faculdade, Mibibi ao sono dos justos, Doctor no batente, Chtiely viajando, Meury Popins ao médico. Duas percussionistas com saias vibrantes e lábios carnudos cor de urucum, viaaaajam... Meu olhar pousa - delicademente - no móvel que descansa a foto do casal a sorrirem um ao outro; estão defronte ao Grande Canal, em Veneza. Mais ao lado em outra foto, a matriarca em um momento só seu. Nossa!, o relógio me avisa que estou atrasada, mas abstraio o tic-tac enfadonho. Deste ângulo avisto a varanda, e logo depois dela, tons verdes das plantas harmonizam-se ao vermelho da alegre exória. O céu tece nuvens neon, o sol flameja no amerelo muro avivando o bailar azul da piscina. Ao fundo, uma senhora de olhar honesto pendura roupas no varal, ela parece ser tão bondosa! As roupas dançam.., é lindo! Aprecio o vento a embalar tanta poesia... Catatônica, dou-me conta do lusco-fusco; é quase noite, hora de ir pra casa.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

P I A F, maravilhosa ! ! ! !

Sabe o que preciso? De um companheiro para assistir filmes de drama, comédia e romance que emocionam. Pode ser daqueles bem lacrimogênios com nó na garganta, recebendo cafuné acompanhado de um olhar doce enquanto o lenço macio seca minhas lágrimas. Cumplicidade... é isso. Nada mais que isso. Uma xícara de chá de erva-doce na temperatura das mãos e um ombro em doação a me amparar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A P A G Ã O

Meusamiiigos... vocês acreditam nessas loucuras que as autoridades estão nos fazendo descer goela abaixo sobre o APAGÃO de ontem? Pois eu nã nã ni nã nãnnnn... não mesmo. Para mim, foi SABOTAGEM! Seriam de Hackers? Ou de Terroristas? Ou dos próprios Poderosos? Ou de Alienígenas? Será que viajei? Só o tempo dirá.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Profundidade ou textura?

"Aún no estoy segura de lo que mejor describe la fotografía, me gusta mucho teniendo en cuenta que el sujeto mide menos de dies centímetros. He puesto una luz para mostrar el relieve y me acerque para que desenfocase el fondo"... Catarina
Bem... este não é o blogue de mi hija Catarina, mas eu tô tão encantada com o curso de fotografia que ela tá fazendo em terras flamencas, que não posso deixar de pontuar sua primeira incursão em técnica e sensibilidade. À primeira vista pensei que fosse um banco de verdade, desses das belas praças da Europa, mas depois que li o que ela escreveu, percebi o processo de sua ARTE. Entonces... nada melhor que um banco para descansar, conversar, namorar ou simplesmente pensar na vida...

domingo, 8 de novembro de 2009

¡Una fotografia de mi hija para la alegria de mi domingo!

Devo confessar algo: detesto o domingo. Caramba!, que dia chato. Eu o mastigo na presa como uma vampira tentando sugar as horas. O domingo "chá de bosta" é pré-requisito pra blogar, assistir filme e conversar com minha princesa no msn. Ai, que saudade da Cacá... tá doendo fundo. Dói muito mais aos domingos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Saber amar é saber deixar alguém te amar..."

Há somente um grande motivo para viver: amar e ser amado.
O AMOR é a única razão da nossa existência.
Eis um dos meus três amores.
Minha primogênita.
Minha pequena grande estudante de fotografia.
Te amo filhota!!!!
Saúde e sucesso querida.
Vivo e morro de saudade...
Gostei muito dessa foto.
PARABÉNS!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Híbrido...

É seu moço, algum leitor me acompanha, e é bom saber. Coisas ditas aqui, rasgadas, sangradas, esparramadas. Algumas vezes lidas. Tantas não lidas. Outras lidas e relidas. Por mim principalmente. Gosto de ler minhas linhas. Percebo depois coisas a ter evitado e muitas que faltaram. Meu consultório, minha terapia social. Viciei nesse lugar, mas está tão encalhado, caramba! Desabafar, escrever, lidar com as emoções. Sei que um lugar que pode ser lido por muito gente não pode ser encarado como privativo. E não é mesmo. São as nossas redes sociais imbricadas pelo mundo, nossas redes sociais que nos liberta de nós. E eu de mim...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

De Madrid à Galícia...

Fotografia: Selena; Segóvia - Espanha. Junho de 2009
Enquanto eu e Cacá viajamos "pelas Espanhas", ouvimos música e sentimos os cheiros. Puta que pariu, mas eu adoro os cheiros. Da chuva, da rua molhada, do mar, de mato, da brisa da manhã, da estrada, da noite fresquinha... e até dessa cor maravilhosa que evocou os meus sentidos. Ah!, as AMAPOLAS! Protagonizam qualquer paisagem... Sentir... Sonhar... Viver... Simples assim...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

D R A M A M A R D

Deus, ouça-me? Não deixe que meus gandes desejos se desfaçam pela indolência. Procrastino todos os meus sonhos mais aspirados. Pretendo coisas, emagrecer por exemplo é o mais cobiçado, porém não busco resultados e me torno árvore. Falta-me motivação. Não é fácil. Não está sendo fácil.

sábado, 10 de outubro de 2009

Carta na manga...

Como é que a gente faz pra amolecer um coração e alcançar uma mente que nunca se mostra?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

do racionalismo socrático...

O homem é sua alma. De conhecer a própria alma. De conhecer a si mesmo. De cuidar de si mesmo. De cuidar de sua alma. De dominar sua animalidade. De fazer as coisas para si. Do autodomínio à liberdade. De ser livre...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

M A R I D O

Nada que eu argumente finca bandeira em teu território árido. Por isso penso ser perda de tempo e fico aperreada demais. Vez em quando tenho vontade de dar marcha ré. Mas reflito: colocar - positivamente - as coisas que enxergo com maior amplitude é de ultra importância, ou deixará nosso núcleo descontente. Honestamente não entendo! Qualquer pergunta, suposição, resposta, exposição ou idéia que eu tenha, será considerada não razoável e fora do senso comum, ou até pior: uma afronta pessoal. Há vinte anos, um dos lados autorizou e lavrou - arbitrariamente -, a ter razão. Sempre. Em todo tempo.
Acaso ouviste falar sobre a alternância democrática das relações? Teu coração esteve fechado ao meu sentimento, e isso me bloqueou. Culpa tua? Culpa minha? Talvez. Mas daí penso... analiso o simples e o todo. E para mim, viver sem expectativas, sem emoção, sem pensar grande, sem acreditar, sem ousar, temendo frustrações: é o maior jeito de passar a vida em branco. Não sou daquelas que teme quebrar a cara. Muito pelo contrário. Tenho medo vasto é de não tentar e tentar... muitas vezes...

sábado, 3 de outubro de 2009

V I B R A N T E

A lua nasce em meu quintal. E nasceu. Como a luz dum farol. Linda, branca, familiar. Parece ter sido lavada com água e sabão... tal alvura a furar nosso zinco - já disse Caê. Perto de mim e espalhada no chão. Parada, voando, radiante, seguindo-me. O clarão vaza as árvores. Nasce esperança... meu coração canta. Bebo de ti - Óh clara, clara, clara - todos os amores e amantes de todos os tempos...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

do bom humor...

Hoje eu tava morrendo de raiva desse calor dos inferrnooo quando a campainha toca. Minha amiga Bete desceu do busão - o digníssimo circular - e caminhou mais dez minutos até chegar em my house. É, eu moro aonde o vento faz a curva. Má rapais... Betinha entra na sala queimada do sol em plena 1 hora da tarde, cantando e dançando numa alegria sem fim: "Vida de pooobe é difícir é difícir cumo quê, vida de pobe é difícir é difícir cumo quê...". Taí, meu humor que tava a zero pulou para escala mil. Tem que saber viver a vida... Dá-lhe Bete miau véi!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Música para nossos corações...

Cresci ouvindo tudo quanto foi tipo de música, de Elis a Golden Boys, de Caetano a Gonzagão, de Roberto Carlos a Vinícius, de Elvis a Beatles, de Carmina Burana a Orquestra Caravelli, de Sinatra a Albert Greene - este -, cantor de soul. Tantos e tantos outros vieram como uma avalanche de prazeres. Na idade mais tenra fui apresentada a um apetite melodioso onde eu jamais haveria de me divorciar, seria casamento indissolúvel. Na casa do vovô Oliveiros, pairava uma aura vibrante que subia pelas paredes, jorrava pelas janelas, corria o corredor e por todos os cantos. A musicalidade reinava, e eu era uma deveras menina cantarolante. Saltitava, dançava, pulava... Tirávamos som até das bacias da cozinha, lugar de reunião, cantoria, alegria e petiscos. Canções ao luar, palmas, violão e nós - o som subindo aos céus. Era mágico. Parecíamos uma grande família napolitana. De minha meninice para frente foi um caminho sem volta. Conheci Chico Buarque com os vinis das minhas tias; um Chico tão maravilhosamente brilhante em suas composições, mas ao mesmo tempo melancólico no olhar. Apaixonei-me por ele perdidamente! Não tinha outra saída para meus devaneios pueris, senão adentrar suas contas transparentes. Sim, eu me via refletida na retina de Chico - em minha sagaz imaginação, é claro. E eu pensava e pensava e pensava... em praias douradas, em ondas quebrando, em romance, em um amor para além da medida... Férias em União, interior do Piauí, casa da querida vovó Neném, momentos singelos e das maiores felicidades de minha existência. Adorava organizar as centenas de bolachões. Limpava, tirava o pó, mimava-os e ouvia, ouvia e viajava... Ah!, um lugarzinho bucólico e belo. Lá atrás. Tão longe no tempo; na minha memória, tão vivo.

sábado, 19 de setembro de 2009

Em nossas vidas...

Há sempre uma música, um cheiro, uma palavra, um lugar, uma película que marca algum momento. Quantos filmes assisti desde a infância, quantas viagens fui capaz de fazer pela tela do cinema, pela janela do ônibus, pelo sentimento a arder como fogo lento... Quantos filmes me ensinaram alguma coisa. Quantas melodias - instantaneamente - fizeram surgir lágrimas em meus olhos. Pois é, acordei completamente persuadida pela música e comecei bem o dia. Dediquei-me ao Aznavour e a Rita Lee: estilos diferentes, línguas distintas, histórias diversificadas, mas amo cada um em sua essência, afinal quando se fala da música a reputação é de universalidade. Absorvo a sensibilidade da canção, o significado que ela traduz, a poesia e consigo invadi-la como uma penetra invade um show na hora dos "miseráveis". Esse foi meu show particular, Charles Aznavour cantou só para mim; Rita também. E viva a verdadeira música de qualidade! Grande manhã a minha.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"A Rosa Dos Ventos Danou-se"...

Por alguma causa de sentido figurado, o norte sempre foi associado a uma orientação que indica o rumo certo. Mas como ligar essa idéia do Norte aplicada às nossas vidas? Acontece tanta transformação em nosso cotidiano em diferentes situações, a transitoriedade altera nossa bússola interior, nossa mente, nosso desejo... Começamos a crer que talvez a melhor maneira ou direção não seja - então - para o norte, mas a leste, ou a sul, ou em qualquer outro lugar.

Nesse caso, os pontos cardeais de nada valem senão dentro de nossas necessidades e expectativas. Portanto, a decisão em adotar e assumir nossa subjetividade, nosso estilo de vida é, na real, abrir-se à mudança e nunca se acomodar. Tudo muda e não há outro jeito, os dias correm! Vai depender de como encaramos a fugacidade da vida. Exige negociar com o imperativo tempo, aliando-o a motivação, esforço, ânimo, empenho, tentativas de superação, e assim por diante... Significa dizer que: devemos estar cientes que objetivos e sonhos serão abençoados, através da nossa vontade munida de trabalho duro!

E mesmo que eu esmoreça quando em vez, sei para onde seguir, posto que, não é motivo para perder o vigor, acredito nisso. Devo me preparar para começar. Se cair hoje, levantarei amanhã. Mas antes de tudo, devo estar atenta em cada amanhecer. Garra, amor e paixão; ou esqueça! Se legitimamente eu não estiver apaixonada por essas três palavras, torno-me desmilinguida, sem forças, sem luz. Serve à todos. Sem paixão, definitivamente esqueçam! Apaga-se a luz.

domingo, 6 de setembro de 2009

COMER REZAR AMAR

Meus livros são todos sublinhados. Ao passo que vou lendo grifo as coisas que me chamam atenção, algo como ir me encontrando dentro da leitura. Por conta de uma crise existencial, comecei - pela segunda vez - a ler COMER REZAR AMAR. Coisas que da primeira vez passaram despercebidas, já estou com o lápis a postos, e ao acompanhar Lis, engordando "feliz" pela Itália (Freud explica), junto ao deleite da gastronomia, a minha memória fotográfica vai me tomando por completo. Fui à Itália três vezes. Este é o país em que mais sou movida pela paixão e sentidos. Gosto de cada centelha, cada detalhe, cada experimento, cada cheiro... enfim. Da Itália, Liz, ruma para Índia, encontrar seu equilíbrio espiritual adormecido. Deseja SER mais, sentir mais, pensar mais, rezar mais, e acima de tudo, aprender a meditar. Na Indonésia, comunga com o transcendental e se torna aluna de um sábio Xamã, exercitando a harmonia. Ainda em Bali, apaixona-se por um brasileiro. Falando mais sobre a protagonista Elizabeth Gilbert, e sua decisão de largar tudo por um ano e se jogar ao prazer de viver e aprender, aí vai a dica: uma mulher com quase trinta anos e uma profissão bem sucedida, casada e sem filhos, sentia opacidade em seu cotidiano. Insatisfeita com o casamento pede o divórcio, entra em depressão, e enfrenta mais um amor que vem a ruir. Deixa tudo, bens materiais, irmã, sobrinho... Pede as contas do emprego e parte para uma viagem de um ano em busca de si mesma. O livro é interessante, honesto, sarcástico e sedutor. Capaz de mostrar que nada está perdido, ainda que não vejamos luz alguma no fim do túnel. Pode parecer autoajuda mas nao é. Ei-lo então! Como Liz, vou tentar ficar vinte e quatro horas sem falar, juro que vou. Um dos momentos que me deu a chacoalhada crucial, das de sacudir os miolos. ¨Selena, silencia-te... e ao deitar, entoa o mantra: Om Namah Shivaya¨, que significa: ¨Eu saúdo a divindade que reside em mim¨. Afinal de contas, há muito mais perguntas na vida do que respostas. Revela-se quem quer e tem coragem para tanto.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

I n s t i n t i v o

Há dias que meu olhar é puro desencanto, palavras são dolentes e sem sabedoria. Há dias que meus olhos são como vitrais, enxergo o céu em belos desenhos coloridos. É o sol que deita e explode, é meu peito que infla feroz - de amor. Há dias em que o sol também é opaco. Há dias, dias muito brilhantes... suspendo o caminho da angústia e desvio-me para brilhância da seda. É onde meu SER mais profundo grita: VIDA! Assim dou-lhe voz.

sábado, 29 de agosto de 2009

EPITÁFIO para MICHAEL JACKSON

O mundo me retratou como o bizarro que não aceitou envelhecer. Sentir-me Peter Pan, fez parte de meu aforismo não segredado, da minha vontade arrebatada que a humanidade ainda dê certo. Um lugar mais bonito em que as crianças sejam amadas e respeitadas como realmente precisam...
Virar gente grande para quê? Se dizem que precisava de ajuda: por que não me socorreram?! Ao contrário; açoitaram-me a alma, devastaram-me as emoções. Solitário e esquisito? Talvez. Todavia, nunca fiz mal a uma criança. Eu as amei de todo meu coração...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Onde falhei?

Minha vida anda meio nonsense. Preocupações novas, peito aflito, angústia subindo pela garganta. Tudo é uma questão de saber lidar com os problemas. É uma questão de observação e equilíbrio emocional. Jogo de cintura! É isso. Pessoas me são caras, especialmente as que saíram de minhas entranhas. Comportamentos, conduta, decepções na estrada. A emoção me consome. Avalio a vida... as coisas que ainda virão. Não esperava isso. Esperava mais que isso. Coisas boas. Minha cabeça ferve. Nossa relação fica arranhada. Resta o tempo. A espreita da espera. Torcer e acreditar que tudo dê certo. Estou me esforçando. Estou assustada. Estou apavorada. Estou entorpecida. Estou dormindo. Estou confiante. Estou esperançosa. Estou no colo de Deus. Tanta coisa estou... e sou! Sou um olho no gato o outro no peixe. Não abandonarei o barco diante do mar. Jamais. E como dizia o grande Vinícius, o poeta só é grande se sofrer. Nesse momento sou poesia, dor e amor... é que o sangue corre nas veias: filhos criados trabalho dobrado.

domingo, 23 de agosto de 2009

da irascibilidade...

A natureza humana está cada dia mais violenta, as pessoas embrutecem em sua fúria dilacerante. Acessos de loucura e palavras de faca são lançadas ao deus dará, basta que se sintam contrariados na sua impetuosidade antivalor. Dedos em riste atiram-se raivosos diante do outro, cuspos respingam as caras. O próximo não é tão próximo assim: Fodam-se todos! Pessoas matam pessoas por um par de tênis, por cinco reais, por nada. A humanidade não é tão benfazeja como aprendemos na infância... Piedaaaade, piedaaade, piedaaade Senhor; Piedaade, piedaade, piedaaade de nós? Dia deita, dia levanta e a escória do mundo devora corações. Vidas se tornam banais. É, esse lugar que já foi tão bom não dá mais criar gente não. Compaixão não existe mais nesse planeta. Diz a Bíblia: "Tudo aqui debaixo desse céu e desse sol é vaidade e vento que passa"... Pena!!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

das recordações.

Ow marido, eu tô com tanta saudade de nós dois! Do começo, da construção, dos sonhos... Cadê tudo? Foi-se?! Tá lá atrás, espectral? Era bom na medida do possível, houve plenitude, altos e baixos, alegria. Tenho tanta lembrança das crianças, do apartamento em Beagá, da homeostasia dos muitos momentos difíceis. Do cotidiano delicioso que passeava por meus cabelos, do meu seio alimentador, do bebê colocando o dedinho nos meus lábios... doação... troca... Saudade da papinha que sujava meus amores, das mamadeiras, das noites que não dormi velando o sono de nossos pequenos. Saudade da aura que serpenteava pelos objetos da casa, posso ouvir e sentir o cheiro do nosso lar, enxergar o sol entrando no quarto, posso ouvir o som doce da respiração das crianças dormindo. Saudade! Até do frio que nos deixava mais próximos...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

ESCREVER a V I D A

Escrever me ilumina o espírito; poetar me faz viva, inspira-me os agravos e desagravos, o que inflama e suaviza, o que conjectura e disseca... o que brota... da raiz de mim. Poesia é elevação de idéias. Poesia é soma de afetos. É a revelação da minha caverna que quer vazar. É vida em comum das letras que se juntam. É compreender que cada palavra faz acordo uma à outra, até mais para além de onde posso enxergar... virar-me várias vezes, revirar-me, do avesso ao direito, das coisas ocultas, desde sempre, desde o abrigo do leite materno, desde o ventre divino, que vibra e dobra a alma, que assusta o susto e encrespa o calafrio do corpo. É o despertar da melancolia, da angústia, da dor, da alegria, da paixão... E enquanto palavras comovem e castigam o ponto exato, não competem com nada, nem com leigos ou cultos, nem com o gênero romanesco; mas a poesia está lá e aqui, em ti e em nós, revelando-se, revelando-me, sem conhecer a união das vogais e consoantes. É como o sol se espalhando em um manto de topázio envolvendo a noite; tal a cor da madrugada branda, daquele dia do qual voltei do aeroporto, onde a rua, solitária, comigo, ao volante do carro. Silêncio... nada mais.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

V I V A !!!!!!!!!!!!!!!!!!

F E L I Z

18 A N O S,

S A B R I N A

sábado, 25 de julho de 2009

D O M E D O

Só pra variar - outro assalto lá em casa devastou a paz. Bandidos são aves de rapina com asas grandes, negras e velozes. Manifestam-se vampiros vindos das profundezas do breu e caem em nossa frente feito aparição satânica. Foi violento deixar minhas irmãs na varanda. Doeu como ferida aberta, e num milésimo de tempo não enxerguei outra escolha: tranquei-me com sete pessoas - filhos e sobrinhos - dentro de casa. Sei lá o que houve comigo naquela fração de instante? A irracionalidade do meu instinto de sobrevivência segurou minhas mãos as arrastando e trancando a porta. Duro, muito duro ter que fechar a porta! Tive muito medo que algo grave ocorresse com minhas irmãs, mas eu as deixei fora de casa com aqueles demônios. Estava impotente, um nada. Não, eu não soube como agir. Não fui inteligente, ou fui; sabe-se lá... imaginei horrores acontecendo com todos. E a noite seguiu longa e péssima! Senti-me culpada, suja, um lixo humano a perguntar pra minha consciência: porque agi assim meu Deus? E ali me reconheci onomatopéica: ploft!!!!... Este foi o som d'eu batendo no fundo do poço.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Auto Crítica...

Nem sei como falar da mediocridade alheia, senão da minha. Mas afinal, regorgito minha mediocridade, pois a mesma não me cai bem ao estômago. Não sou conservadora, porém me vejo conservadora. Que diabos é isso!? Sigo fazendo fita e escrevendo pra encher linguiça que, na verdade, não há grande feito pra humanidade. Portanto, pouca merda sou. Vivo querendo formar opinião e tempos depois enxergo tão equivocada aquela vã filosofia que - me dá nos nervos... putz... É fato: pintando a tela vou lavando minha sujeira e aparando as arestas. Administro minhas crises na fluidez dos meus vômitos. É!, tenho sangrado a palavra e minhas "bobices" vão as "homeostasiando". Isso pode até não fazer sentido. Então tá...

sábado, 18 de julho de 2009

Vida boa...

Castelo de Alcázar - Segóvia, Espanha

Gosto de observar as nuvens e imaginar centenas de formatos diferentes. Adoro frases com duplo sentido, mas não gosto das entrelinhas medíocres. Gosto das tempestades, especialmente raios azuis e chuva de cavalo beber em pé. Adoro arco-íris nos prados, a lua em meu quintal, as estrelas explodindo em meu olhar e o mar num fim de tarde púrpura. Eu não gosto do vulgar, mas sim do inesperado, especialmente se este for bom. Gosto de chupar o brigadeiro da colher, do cheiro da lavanda na estrada. Gosto de viajar de carro. Adoro os pormenores mesmo se insignificantes. De alguma forma significam algo. Gosto de nostalgia, melancolia e de recordar memórias. Gosto de castelos, príncipes, princesas, fadas, anjos, unicórnios e pôneis voadores. Faço-me criança às vezes. Amo o silêncio, mas não os desconfortáveis e desconcertantes e, no entanto, eles estão fartos de significados. Jogo-me nas histórias de amor improvável, mas não quer dizer que sejam impossíveis, essas histórias movem o eixo da terra. Gosto da perpetuação das canções de cada momento. Gosto de roubar sorrisos e suspiros. Mais uma coisa eu gosto tanto!, das estações ferroviárias de todos os lugares por onde passei: mundos se cruzam, vidas perpassam em cada direção... Gosto das avenidas ladeadas por sândalos. Gosto das pontes e das pinguelas. Apetece-me pôr nome nas coisas e as simplificar. Gosto de escutar o vazio. Gosto de desbravar locais despercebidos e ruas antigas, mas acima de tudo... gosto também de glamourizar o simples... e tem sido bom... Arebaba!!!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

penso...

Ainda tenho muitos pesos e muitas medidas e uma saudade danada de escrever pra aliviar, mas por enquanto tô sem internet. Conta-se um mês, e eu sem vir aqui. Por esses dias escrevo em partitura de pensamentos, em folhas brancas e em meus calcanhares, pois enquanto piso o chão, o vento limpa tudo com a força que varre também a mim. Não é ruim nem bom. Apenas é.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

da consciência íntima...

Nem mesmo o que sinto consegue decifrar os sentimentos dos quais me visto...

Nem mesmo meu olhar diferente pode.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

De regressar...

Contagem regressiva. Volto para meu pequeno lugar, mas grande, grande, grande; ao menos a mim. É tempo de retornar e matar as saudades que não são poucas. É o colo do meu país na vicissitude de minha terrinha. Quanto às paragens que passei já estão quase longe das vistas. Há em mim tanta novidade, novas interpretações, outras visões, mas de uma coisa sei: As Espanhas - que são muitas - a gente não se esquece. Todavia não há nada melhor como a nossa casa. Fecha-se um ciclo de quase três meses em terras estrangeiras. Experiências, dores, alegrias, vivências, lições... ESPERANÇA! Da viagem ainda restam coisas a contar... Decerto, a forma como vejo as coisas e o mundo não será mais a mesma, alterou-se. Volto com um enxergar mais largo e mais profundo. Foi momentos meus, crescente rente aos cogumelos. Pensamentos e mergulhos em mim. Um reparo na carenagem e, sinto-me mais forte e renovada... coisas assim...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

¡ ¡ Palloma hija, feliz cumpleaños ! !

E então você ficou mais velha hein, querida! Bem... nada mal. Ainda tá novinha em folha, estralando. Meu amor, vida minha, quero que saiba que dentre a torcida à seu favor: sou eu a número um.

Ria sempre! Rir é importante e o melhor remédio para tudo.

Seja alegre! Escolha a alegria como uma opção de vida.

Saúde... salud... salute... santé... health... gesundheit... здраве... gezondheid... helse... egészség... saħħa... terveys... здоровье... zdravlje... υγεία... zdraví... स्वास्थ्य... 健康

Fé e esperança... sempre adiante... enfim, que venha mais um ciclo...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A La Bandeira...

Vou-me embora pra Passárgada...

Lá sou amiga do rei, aqui não fui tão feliz...

Lá tenho meu véio, meus filhos que me precisam, minha cama quente...

Em Passárgada tem de tudo...

Pobreza, seca, calor, mormaço, chuva e até rã em meu banheiro...

Têm as plantas do jardim e minha vida escrita lá...

Em Passárgada tem a ponte a observar meu olhar sobre o rio...

Vou-me embora pra Passárgada...

Perambular pela casa...

Retomar minha rotina...

Tomar banho no quintal com palmeiras dançando a luz da lua...

Tirar uma siesta depois de degustar galinha caipira com pirão...

Vou-me embora pra Passárgada...

Ouvir cds um dia inteiro deitada na rede da varanda...

Matar a saudade do pôr-do-sol...

Conversar com minhas irmãs e sorrir das palhaçadas da Beth...

Vou-me embora pra Passárgada...

Ser apenas eu...

É lá o meu lugar...

sábado, 23 de maio de 2009

Feliz aniversário filha minha ! ! !

É inevitável não te olhar. Teu rosto delicado, teu sorriso doce, tua fala mansa. Vêm-me as lembranças das belas memórias de ti...
Tu vieste de presente pra mim, tanto chorei de contentamento e susto, ainda assim, eu estava serena quando te dei a luz...
Vi teus primeiros passos e tuas primeiras palavras, era minha felicidade fazendo companhia no mundo que tu começavas a conhecer... beijei-te, repreendi-te, amei-te sem condições.
Escoltei teu crescimento... fui firme, severa, acalentei-te. Contemplei os teus sonhos e te leguei valores.
Desde o primeiro instante em que entraste em meu corpo, encheu-me de alegria e medo, mas o Verbo se fez vivo, e contigo também nasceu a esperança...
E mesmo não compreendendo o que é doação incondicional, ela existe. Tu viverás esse sentimento de entrega que faz rir, chorar e acreditar em um mundo melhor.
Tu ainda terás todos os sentidos despertos ao tocares a pele de teu filho pela primeira vez... e com uma imensa ternura nos lhos dirá: a minha mãe tinha razão.
E enxergarás que entre abraços, perdas e ganhos as pedras do caminho faz de nós a cada sol que se deita, a cada claridade da manhã, parte da mesma essência.Porque é um amor que assombra a alma, enche o coração de graça e os olhos de lágrimas. Por isso entendemos que não precisamos temer nada, apenas bendizê-lo... Catarina, tu refrescaste meus dias, acalmaste meu caráter e me fizeste mais paciente. Gracias hija!, por ter me ensinado a viver. Abençoado seja os teus vinte e cinco anos! Saúde... discernimento... longa vida... paz... fé... Que assim seja. Amém.

domingo, 17 de maio de 2009

Que tal...

... sair pela chuva e se jogar, lavar a alma da tristeza, vê-la escorrer dos cabelos aos pés até morrer no chão?

"Por seres tão inventivo, e pareceres contínuo... tempo tempo tempo tempo... és um dos deuses mais lindos. Tempo tempo tempo... (..) de modo que o meu espírito, ganhe um brilho definido. Tempo tempo tempo tempo, e eu espalhe benefícios. Tempo tempo tempo tempo..." Caê

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ow Jorge, casa comigo, casa ! ! !

Adoro Caetano, Chico, Djavan, Ivan Lins, Oswaldo Montenegro... São divindades da prosa e poesia brasileira. São nossos divos! Pintam letras falando de amor... Ah, o amor!, essa linguagem universal maravilhosa. Gosto de tantos e tantos cantores estrangeiros também... Gosto muito de Jorge Palma, este artista é um gênio, considerado um poeta urbano e um trovador errante, é ele: um deus da paixão e seus conflitos. Um presente que apresento à vocês neste espaço. A música é para ouvir, mas muito mais para senti-la entrar e sair de nós como uma leve brisa, ou até como uma caudalosa chuva que banha a alma. As teclas do piano de Jorge falam o que seu timbre reluz; um som irrefutável que vaza o sentimento. Não dá para ficar indiferente a sua melodia e sua voz cheia de sensualidade. Isso é música clássica contemporânea, é para ser tragada em cada fonema. Isso é musica de qualidade que me rasga por dentro. Isso é para golpear minha alma sofrida. Para quem vive o amor. Para quem espera um amor. Para quem tem trinta mil cavalos a galopar no peito... Sensacional!!!

domingo, 10 de maio de 2009

Feliz dia das Mães ! ! !

Conversas homéricas ocorrem lá em casa sobre tudo. Digo à meus filhos que meus argumentos são fundamentados na minha experiência, por isso preciso passar-lhes valores. Aquela história incansável de mãe, sabe. Eles são seres especiais e meu cuidado é apoteótico! Gosto de observá-los quietos em si quando pensativos. Silenciosa e atenta, espreito-os. Cuido deles com o mesmo desvelo que o Pequeno Príncipe cuidava de sua rosa, afinal os amo com um amor incondicional e delicioso de sentir. Chego a babar de prazer ao olhar suas diferenças, reconhecer seus cheiros, ouvir suas vozes e, penso: O mundo os aguarda, mas o amor é meu.

Às vezes me pego questionando cada besteira sem motivo de ser, e em seguida percebo que eles também têm razão. Então tá, vejamos! É uma característica da natureza humana - mais feminina que humana, mais de mãe - nesse caso: sobre humana. Estou nos meus quarenta e três anos, e ainda consigo me dar por insatisfeita, sempre desejo algo mais à meus rebentos: que cresçam como pessoas, que não sofram tanto, que tenham sucesso, que se amem, que pratiquem o bem, que tenham muita saúde, que amem ao próximo, que sejam prudentes, amigos além de irmãos, que se ajudem caso precisarem. Por horas desfio reflexões e orações: Será que serão felizes em suas escolhas? Será o que os espera? Será que me amam como eu os amo? Ora bolas, o que importa essa pergunta! Vez em quando baixa uma identificaçãozinha com Ana Cristina Cesar, C.F.Abreu, Florbela Espanca; gera uma insegurança, uma dor lá no fuundo. Tolice materna, talvez a síndrome do ninho vazio se achegando, sei lá.

Claro! Tenho meus rompantes gerais. Brigo, xingo, valorizo, ensino, repreendo-os... Mostro-os o caminho certo, todavia a opção é de cada um, mas minha sede maior cobra deles, talvez até mais do que possam oferecer. No entanto, recuo. Vaza a necessidade de dar afeto com melhor qualidade. Beijar, elogiar, consumir esse amor que de tanto só sabe amar... Abraço-os apertado até sufocá-los. Há em mim uma avidez soberba e ansiosa pela infinitude, queria quiçá chegar a uns 99 anos, por aí, e poder usufruir ao máximo dessa ligação. Porque ser mãe é soltar os filhos e logo novamente querer agarrá-los, é ter que largar o prato ainda estando com fome, é nunca cansar de roer o osso sob quaisquer condições. Contanto que seja ao lado deles, perto deles, resgatando momentos e vivendo outros. Passam-se maios(Catarina e Palloma) e novembros(Pedro), anos e anos sagrados em mim... e ainda sinto o corte do cordão umbilical e as dores do parto.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

percepções...

Fotografia: Viana do Castelo, Portugal
O dia a dia e minha observação. O mundo e minha perplexidade. A vida e minha sensibilidade. O avesso do meu silêncio na escrita. O poesia que ultrapassa a não dor do poeta. O olhar e a mensagem. A beleza da sutil estética. A música e meu encantamento. Os sentidos e as sensações. Um pouco de tudo. De mim. De ti. Muito de muitos...

domingo, 3 de maio de 2009

Complexidade se resume ao - SIMPLES

Ser humano, ser complexo, ser plural, ser sensório... E os sentidos são 5 – olfato, paladar, tato, visão, audição. SER COMPOSTO! E por que me limitar? Por que não mil e um sentidos em mim? Ser dançante, ser viajante, ser amante, ser inteira... Isso vai além dos meus 5 sentidos. Vai além do que cabe em mim... Eu sou ser aqui e estar. Sou ser agora e sempre, sou até o que nem sei expressar, e sou ser simples, ser simplismente VIVENTE.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ele me ama; e eu a ele...

Curioso. É gostosa essa sensação de quando estou absorta, paciente, sem pressa para nada. E pensativa, compreendo o incompreensível. E sorrio. E me alegro. Espero em meus desejos menor ímpeto. Percebo o que realmente conta e vale a pena. Olho para frente e um sorriso se escancara à mim: amoroso, franco, saboreado, esperançoso, cauteloso. Feliz retribuo. São os sabores de viver. São as recompensas diárias da consciência. Aparentemente pequenos nadas; ainda que, grandes. Vida: feita de coisas simples.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ó adúltero! Tu queimarás no mármore do inferno!

Queremos o que é melhor para nosso amado: carinho, afeto, sucesso, felicidade e unicamente nós. Mas porque não conseguimos colocar no mesmo saco a lealdade e a infidelidade? Não se trata do bem e do mal, ou da claridade e da escuridão. Não se trata de maniqueísmo. Não, não é isso. É esta obrigatoriedade sôfrega que inibe nossos instintos com o fim de negar nossa natureza. Repudiamos nossos desejos intrínsecos, embora reconhecemos que o temos e que é natural. O ponto chave é: saber como lidar com eles e não sentir ressaca. Deste ponto de vista nos deparamos com a ética. Mas aí vai se aprofundar o assunto e eu não sou filósofa. Teve um bom período no qual acreditei que, ao amar, deveria oferecer minha vida e liberdade ao objeto desse amor. Hoje enxergo com olhos límpidos. É uma aberração na palavra AMOR - tão pura e ao mesmo tempo tão sofisticada, ser propriedade privada senão pertencente a nós próprios. É o meu namorado, o meu marido, o meu amante, ele é meu dono e eu dele; desta forma, só podemos desfrutar um do outro e "ce fini".

A possessividade é o grande exterminador da relação e advém do ciúme: o letal inimigo do amor. E sendo extremado, torna-se terrivelmente perigoso para a integridade da pessoa, da convivência do casal, conduz à humilhação, gera perseguição e até mesmo a uma piora da autoestima. A inveja decorre dessa falta de autoconfiança, agimos como se o outro fosse “nossa propriedade" tendo as garras direcionadas só à ele. Muita energia vital gasta produz exaustão. Ficamos na lona literalmente! Talvez, por este motivo, o homem se diverte com alguém que não considere “sua” e então, ele se salva da lealdade à sua amada. E na maioria das vezes não sentem culpa alguma, o que lhes é uma característica cultural. As mulheres intencionam e cobram exclusividade do seu parceiro, mas os varões agem sem correias, desfrutam mais, não sofrem, satisfazem suas necesidades primitivas, seu instinto predador e seu ego falocêntrico. As mulheres quando enamoradas não sentem necessidade de gastar tempo com outro, mas sim com seu par. No entanto, também têm seus desejos de fêmea, estes que por via de regra são inconfessáveis, porém existem.

Homens e mulheres experimentam seu lado sensorial e percebem o externo e o que lhes atraem quanto ao novo. Restam-lhes a escolha, ressaltando outra vez a ética, que são outros quinhentos. Tudo é fruto de opção, se não há culpabilidade e arrependimento. Os seres humanos tal como os animais variam e gostam, qual o problema? Portanto, a aspiração para fornecer tempo integral a uma única pessoa, dou-lhe um único nome: FANATISMO. Partilhamos momentos com os amigos, conhecemos pessoas, desfrutamos de companhia diversificada. Ser fiel, ao longo do tempo, torna-se inalcançável e risível. Temos impulsos sexuais e atração para os outros, mas a pretensão de desprezar essa verdade caminha do nosso lado. Sexo com atração física e sexo com amor: distinguem-se. Cabe entender tal diferença. Sexo casual é pura diversão, mas o mais difícil é eliminar os conceitos adquiridos da infância: adultério é pecado e transgride aos preceitos religiosos; preconceitos cristãos e o misticismo se valendo à perpetuar uma mentira que ocorre desde o começo dos tempos. Egoísmo, puro e simples.

sábado, 25 de abril de 2009

Eu bem sei...

Quem se atreve a fazer um blog se deixa na mira do outro. Sim, é verdade. Esponho-me muito e, às vezes, a franqueza é incômoda. Explicitar sentimentos é para quem tem coragem de dar a cara a tapa, gera juízo de valor e pior, eu não me importo nada com isso. Dou-lhes a outra face, mas por favor, bata devagar, pois meu lado bom é muito bom, mas meu lado ruim, esse é péssimo. Deliberadamente, apetece-me trabalhar com as palavras sobre fatos e coisas. Preocupar-me com meus escritos por causa da exposição suprimirá alguma carência e sinceridade, aí não rola. Mas contrapondo “tanta” exposição, sou das reservas; não gosto de balbúrdia, pitis para "causar", boates, fumaça de maria joana, raves, gente xiliquenta e escrotice pra se mostrar simpático.
Gosto de sorrisos largos e cheios de emoção. E nada é tão gostoso quando estamos em comunhão com a natureza, a família, o cosmo. Tudo funciona em harmonia e a pleno vapor. Nasce a inspiração e me derramo feito sangria. Só consigo engatinhar neste espaço se for com transparência e honestidade, caso contrário, hasta luego baby! Cheguei a uma maturidade de minha vida que enxergo mais, entendo mais, compreendo mais, é tudo simples e claro. Se para alguns me escancaro além da medida; a medida eu a faço. Aos que não digerem essa ânsia que tenho de me lançar fora de mim: paciência. Não quero embotar de vez nem perder minha essência, minhas convicções, minha energia vital, minha doçura.
Nesse caso, cada qual no seu quadrado e com seus conceitos entorpecidos, todavia, satisfaço-me com essas teclas, elas movem-me as mãos. Sou realista, otimista, um olho no gato outro no peixe, e não faço tipo. Não finjo se está bom se não está, não digo que amo sem amar, não me faço boazinha sem ser, não gozo com o pau dos outros. E quer saber? Chega desse papo furado pra encher lingüiça. Meu muitíssimo obrigada aos 36 acessos de um pleno sábado. Até agora 04h01min da madrugada aqui na Espanha, e 23h01min aí em Teresina-Brasil. Putz... radicalizei... texto grande né?! Entonces, abstraiam-me pessoas, hoje fiquei putiada da vida. (rs)
E parabéns Kit Lis linda!!! Levarei o chocolate suíço que me pediu.
Besos... besos... besos...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Passando a vida a limpo

"Navegar é preciso; Viver não é preciso". Essa frase célebre de Fernando Pessoa, leva-me a pensar em lugares por meus olhos nunca vistos e por mim jamais explorados. Serve-me à via de reflexão: sobreviver sem viver não paga a pena. Fato este acontecido em minha história há um bom tempo, no entanto, hoje, quero mais que somente coexistir, anseio aproveitar dessa viagem intensamente, especialmente as quais são para dentro. Careço de ir mais além, conhecer os vales de mim, redescobrir-me adulta com jeito criança, moleca, criativa, sem nóias. Quero compreender os porquês da vida e alcançar o entendimento, questionar-me em cada nova fronteira de alguma paragem e poder me surpreender cada vez mais. O cotidiano pode ser rico e posso me contagiar com os detalhes mesmo com tantas renúncias. Digo-me: "Não leve a vida tão a sério Sela, ela pode ser gloriosa, oportunize o momento. A borboleta necessita sair do casulo, a liberdade a aguarda e é tão breve! Voe longe ou perto, enfim... voe... Suas asas parecem frágeis, mas são tão mais belas hoje!"... Assim como as borboletas me transformo... em algo melhor. Esperança é o antídoto certo para qualquer tristeza que se achegue, exige o esforço da entrega até que se encaixem os trilhos. Licenciar-se para renovar, ao menos uns tempos fora de casa: tudo tem seu preço. Mas eu nunca disse que viver seria fácil!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

da complementaridade...

"Eu tô dando tudo de mim; juro que tô!"... "Não Exageeera hein!" Um errinho de nada pode deixar um par de olhos mais brilhantes que são? Pode ué, pois deixou! Chico "causa"! Até errando é todo lirismo, charme, tesão e apaixonante. Ó céus, que lindo olhar! Oblíquo, sedutor, pidão de garoto travesso. E Caetano então, com essa voz açucarada e melodiosa nesse jogo de palavras, my God! Que letra! Que música! Que poetas! Porque Chico Buarque é único e sem par, mas Caetano pra mim é gênio! As duas metades da laranja. Sensacional! Mil!!!

terça-feira, 14 de abril de 2009

dos escafandros de nós...

Dia desses, minha irmã escreveu na frase do MSN a palavra “Escafandrista”. Soou-me feia e estranha. Mais tarde, por acaso, ouvindo meu Chiquito, o Buarque, ouço novamente a danada da palavra. Fui pro dicionário on-line descobrir o significado: Mergulhador que usa escafandro; armadura de borracha e ferro usada para trabalho em grande profundidade aquática.
Lá vou eu com minha mania de reflexão e logo pensei: É, somos naturalmente escafandristas. Vestimos uma carapaça por pura autopreservação, temos medo de ser golpeados e de sentir qualquer tipo de dor, já que a dor vem atrelada de sofrimento. E continuei matutando... Sou uma “puta” escafandrista da vida e perco muito mais do que ganho. Esse ficar alheio é fuga perdida no tempo, permanecer dentro do casulo não me permite conhecer, me jogar, ousar, entender, encarar os fatos de frente... Evito o que me é caro e imprescindível, tanto ao prazer quanto aos obstáculos. Satisfação sem liberdade há? Digo que não. Liberdade sempre! Mesmo que a duras penas.
Os seres humanos são mais ou menos assim, escafandristas eventuais, criam um programa mental e seguem o dia-a-dia presos em suas próprias armaduras. Mas mais adiante ficamos secos, superficiais e sem emoções. Todavia é para nossa segurança e o pior, a capa protetora pesa na ausência dos sentimentos e das sensações. Porque sovrevivência com grandes renúncias é como chupar balinha com papel. E o passar dos dias se transforma tinta guache misturada em todas suas cores: cinza feio, sujo e gelado. Viver fica sem gôsto, sem graça, sem borogodó... Vidinha chata... vaziiia.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Felicidade é poder contemplar uma explosão de cores...

Gosto de relembrar o passado e perceber a geografia do caminho que percorri. Busco encontrar o ponto crucial, preciso, em que larguei de mim e segui em frente. É como se eu conseguisse enxergar muito atrás o lugar exato, onde tudo mudou e eu fiquei vendo a banda passar. O que me motiva agora, é entender que sei exatamente onde estão as falhas e os acertos, coisas assim… e compreender que tudo se transforma com o tempo. Para esse momento de minha vida, percebo que sou mais ousada que antes, mais segura que antes, mais corajosa que antes, mais feliz que antes. Entendo a felicidade como uma opção para levar a vida. Escolhi ser feliz: Felicidade é isso, está dentro do peito, dos orgãos, da célula e da vontade de SER. Deixo então escorrer os medos e “ses”, desprendo-os e ponto final. Querer segurança em tudo que faço ou pretendo fazer fica sem graça e perde o brilho. Mudança é palavra mágica e ameaçadora, mas cheia de charme. Vou mudando aqui e acolá… para melhorar. E é isso, é só por isso.

domingo, 12 de abril de 2009

O valor e a tradição da Páscoa

Ouvir búúúmmm, búúúmmm, búúúmmm me doeu as estranhas. Era um lamento cadenciado, um choro resignado, um acordar para a vida. Sacudiu-me aquele cenário ao fundo da música sacra. Minha admiração respeitosa acompanhava a procissão serpentear as pedras milenares das ruelas de Santiago, com direção à Catedral. Envoltos em roupas medievais e capuzes em forma de cone seguravam velas iluminando a noite âmbar. Conduziam-se compenetrados e, impregnaram-me serenidade.
Mas o maior encanto e deleite foi contemplar uma multidão de religiosos emocionados e na mesma intenção que a minha: enternecer-se ao drama da Paixão e comemorar o Renascimento da fé. Gesto, esforço, entusiasmo coletivo e fraternidade para lembrar nosso Salvador. A parafernália, a decoração, a banda manifestando sentimento junto ao som emitido, nada mais era que segundo plano para pontuar o que em real se fazia valer naquele momento.
O compromisso de vivificar a mensagem de Cristo, a fim de que nunca seja estéril: exercendo a irmandade, entendendo melhor a vida, ajudando uns aos outros, praticando a tolerância, dando sem pedir troca, enfim... Onde quer que operamos e em qual religião seguimos devemos eleger o bem acima de tudo. E para uma bela vida em Jesus, sejamos legítimos irmãos, e as palavras cairão em solo fértil. Estar na Espanha nessa época do ano é uma bênção, essa data tem um rigor especial e é bonito de se ver, mas também renova minha promessa de amor ao próximo. Yo, mi hija Catarina, y las personas en la misma frecuencia, en el mismo orden... Indizível.

Eu

Simplesmente Selena