quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ele me ama; e eu a ele...

Curioso. É gostosa essa sensação de quando estou absorta, paciente, sem pressa para nada. E pensativa, compreendo o incompreensível. E sorrio. E me alegro. Espero em meus desejos menor ímpeto. Percebo o que realmente conta e vale a pena. Olho para frente e um sorriso se escancara à mim: amoroso, franco, saboreado, esperançoso, cauteloso. Feliz retribuo. São os sabores de viver. São as recompensas diárias da consciência. Aparentemente pequenos nadas; ainda que, grandes. Vida: feita de coisas simples.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ó adúltero! Tu queimarás no mármore do inferno!

Queremos o que é melhor para nosso amado: carinho, afeto, sucesso, felicidade e unicamente nós. Mas porque não conseguimos colocar no mesmo saco a lealdade e a infidelidade? Não se trata do bem e do mal, ou da claridade e da escuridão. Não se trata de maniqueísmo. Não, não é isso. É esta obrigatoriedade sôfrega que inibe nossos instintos com o fim de negar nossa natureza. Repudiamos nossos desejos intrínsecos, embora reconhecemos que o temos e que é natural. O ponto chave é: saber como lidar com eles e não sentir ressaca. Deste ponto de vista nos deparamos com a ética. Mas aí vai se aprofundar o assunto e eu não sou filósofa. Teve um bom período no qual acreditei que, ao amar, deveria oferecer minha vida e liberdade ao objeto desse amor. Hoje enxergo com olhos límpidos. É uma aberração na palavra AMOR - tão pura e ao mesmo tempo tão sofisticada, ser propriedade privada senão pertencente a nós próprios. É o meu namorado, o meu marido, o meu amante, ele é meu dono e eu dele; desta forma, só podemos desfrutar um do outro e "ce fini".

A possessividade é o grande exterminador da relação e advém do ciúme: o letal inimigo do amor. E sendo extremado, torna-se terrivelmente perigoso para a integridade da pessoa, da convivência do casal, conduz à humilhação, gera perseguição e até mesmo a uma piora da autoestima. A inveja decorre dessa falta de autoconfiança, agimos como se o outro fosse “nossa propriedade" tendo as garras direcionadas só à ele. Muita energia vital gasta produz exaustão. Ficamos na lona literalmente! Talvez, por este motivo, o homem se diverte com alguém que não considere “sua” e então, ele se salva da lealdade à sua amada. E na maioria das vezes não sentem culpa alguma, o que lhes é uma característica cultural. As mulheres intencionam e cobram exclusividade do seu parceiro, mas os varões agem sem correias, desfrutam mais, não sofrem, satisfazem suas necesidades primitivas, seu instinto predador e seu ego falocêntrico. As mulheres quando enamoradas não sentem necessidade de gastar tempo com outro, mas sim com seu par. No entanto, também têm seus desejos de fêmea, estes que por via de regra são inconfessáveis, porém existem.

Homens e mulheres experimentam seu lado sensorial e percebem o externo e o que lhes atraem quanto ao novo. Restam-lhes a escolha, ressaltando outra vez a ética, que são outros quinhentos. Tudo é fruto de opção, se não há culpabilidade e arrependimento. Os seres humanos tal como os animais variam e gostam, qual o problema? Portanto, a aspiração para fornecer tempo integral a uma única pessoa, dou-lhe um único nome: FANATISMO. Partilhamos momentos com os amigos, conhecemos pessoas, desfrutamos de companhia diversificada. Ser fiel, ao longo do tempo, torna-se inalcançável e risível. Temos impulsos sexuais e atração para os outros, mas a pretensão de desprezar essa verdade caminha do nosso lado. Sexo com atração física e sexo com amor: distinguem-se. Cabe entender tal diferença. Sexo casual é pura diversão, mas o mais difícil é eliminar os conceitos adquiridos da infância: adultério é pecado e transgride aos preceitos religiosos; preconceitos cristãos e o misticismo se valendo à perpetuar uma mentira que ocorre desde o começo dos tempos. Egoísmo, puro e simples.

sábado, 25 de abril de 2009

Eu bem sei...

Quem se atreve a fazer um blog se deixa na mira do outro. Sim, é verdade. Esponho-me muito e, às vezes, a franqueza é incômoda. Explicitar sentimentos é para quem tem coragem de dar a cara a tapa, gera juízo de valor e pior, eu não me importo nada com isso. Dou-lhes a outra face, mas por favor, bata devagar, pois meu lado bom é muito bom, mas meu lado ruim, esse é péssimo. Deliberadamente, apetece-me trabalhar com as palavras sobre fatos e coisas. Preocupar-me com meus escritos por causa da exposição suprimirá alguma carência e sinceridade, aí não rola. Mas contrapondo “tanta” exposição, sou das reservas; não gosto de balbúrdia, pitis para "causar", boates, fumaça de maria joana, raves, gente xiliquenta e escrotice pra se mostrar simpático.
Gosto de sorrisos largos e cheios de emoção. E nada é tão gostoso quando estamos em comunhão com a natureza, a família, o cosmo. Tudo funciona em harmonia e a pleno vapor. Nasce a inspiração e me derramo feito sangria. Só consigo engatinhar neste espaço se for com transparência e honestidade, caso contrário, hasta luego baby! Cheguei a uma maturidade de minha vida que enxergo mais, entendo mais, compreendo mais, é tudo simples e claro. Se para alguns me escancaro além da medida; a medida eu a faço. Aos que não digerem essa ânsia que tenho de me lançar fora de mim: paciência. Não quero embotar de vez nem perder minha essência, minhas convicções, minha energia vital, minha doçura.
Nesse caso, cada qual no seu quadrado e com seus conceitos entorpecidos, todavia, satisfaço-me com essas teclas, elas movem-me as mãos. Sou realista, otimista, um olho no gato outro no peixe, e não faço tipo. Não finjo se está bom se não está, não digo que amo sem amar, não me faço boazinha sem ser, não gozo com o pau dos outros. E quer saber? Chega desse papo furado pra encher lingüiça. Meu muitíssimo obrigada aos 36 acessos de um pleno sábado. Até agora 04h01min da madrugada aqui na Espanha, e 23h01min aí em Teresina-Brasil. Putz... radicalizei... texto grande né?! Entonces, abstraiam-me pessoas, hoje fiquei putiada da vida. (rs)
E parabéns Kit Lis linda!!! Levarei o chocolate suíço que me pediu.
Besos... besos... besos...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Passando a vida a limpo

"Navegar é preciso; Viver não é preciso". Essa frase célebre de Fernando Pessoa, leva-me a pensar em lugares por meus olhos nunca vistos e por mim jamais explorados. Serve-me à via de reflexão: sobreviver sem viver não paga a pena. Fato este acontecido em minha história há um bom tempo, no entanto, hoje, quero mais que somente coexistir, anseio aproveitar dessa viagem intensamente, especialmente as quais são para dentro. Careço de ir mais além, conhecer os vales de mim, redescobrir-me adulta com jeito criança, moleca, criativa, sem nóias. Quero compreender os porquês da vida e alcançar o entendimento, questionar-me em cada nova fronteira de alguma paragem e poder me surpreender cada vez mais. O cotidiano pode ser rico e posso me contagiar com os detalhes mesmo com tantas renúncias. Digo-me: "Não leve a vida tão a sério Sela, ela pode ser gloriosa, oportunize o momento. A borboleta necessita sair do casulo, a liberdade a aguarda e é tão breve! Voe longe ou perto, enfim... voe... Suas asas parecem frágeis, mas são tão mais belas hoje!"... Assim como as borboletas me transformo... em algo melhor. Esperança é o antídoto certo para qualquer tristeza que se achegue, exige o esforço da entrega até que se encaixem os trilhos. Licenciar-se para renovar, ao menos uns tempos fora de casa: tudo tem seu preço. Mas eu nunca disse que viver seria fácil!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

da complementaridade...

"Eu tô dando tudo de mim; juro que tô!"... "Não Exageeera hein!" Um errinho de nada pode deixar um par de olhos mais brilhantes que são? Pode ué, pois deixou! Chico "causa"! Até errando é todo lirismo, charme, tesão e apaixonante. Ó céus, que lindo olhar! Oblíquo, sedutor, pidão de garoto travesso. E Caetano então, com essa voz açucarada e melodiosa nesse jogo de palavras, my God! Que letra! Que música! Que poetas! Porque Chico Buarque é único e sem par, mas Caetano pra mim é gênio! As duas metades da laranja. Sensacional! Mil!!!

terça-feira, 14 de abril de 2009

dos escafandros de nós...

Dia desses, minha irmã escreveu na frase do MSN a palavra “Escafandrista”. Soou-me feia e estranha. Mais tarde, por acaso, ouvindo meu Chiquito, o Buarque, ouço novamente a danada da palavra. Fui pro dicionário on-line descobrir o significado: Mergulhador que usa escafandro; armadura de borracha e ferro usada para trabalho em grande profundidade aquática.
Lá vou eu com minha mania de reflexão e logo pensei: É, somos naturalmente escafandristas. Vestimos uma carapaça por pura autopreservação, temos medo de ser golpeados e de sentir qualquer tipo de dor, já que a dor vem atrelada de sofrimento. E continuei matutando... Sou uma “puta” escafandrista da vida e perco muito mais do que ganho. Esse ficar alheio é fuga perdida no tempo, permanecer dentro do casulo não me permite conhecer, me jogar, ousar, entender, encarar os fatos de frente... Evito o que me é caro e imprescindível, tanto ao prazer quanto aos obstáculos. Satisfação sem liberdade há? Digo que não. Liberdade sempre! Mesmo que a duras penas.
Os seres humanos são mais ou menos assim, escafandristas eventuais, criam um programa mental e seguem o dia-a-dia presos em suas próprias armaduras. Mas mais adiante ficamos secos, superficiais e sem emoções. Todavia é para nossa segurança e o pior, a capa protetora pesa na ausência dos sentimentos e das sensações. Porque sovrevivência com grandes renúncias é como chupar balinha com papel. E o passar dos dias se transforma tinta guache misturada em todas suas cores: cinza feio, sujo e gelado. Viver fica sem gôsto, sem graça, sem borogodó... Vidinha chata... vaziiia.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Felicidade é poder contemplar uma explosão de cores...

Gosto de relembrar o passado e perceber a geografia do caminho que percorri. Busco encontrar o ponto crucial, preciso, em que larguei de mim e segui em frente. É como se eu conseguisse enxergar muito atrás o lugar exato, onde tudo mudou e eu fiquei vendo a banda passar. O que me motiva agora, é entender que sei exatamente onde estão as falhas e os acertos, coisas assim… e compreender que tudo se transforma com o tempo. Para esse momento de minha vida, percebo que sou mais ousada que antes, mais segura que antes, mais corajosa que antes, mais feliz que antes. Entendo a felicidade como uma opção para levar a vida. Escolhi ser feliz: Felicidade é isso, está dentro do peito, dos orgãos, da célula e da vontade de SER. Deixo então escorrer os medos e “ses”, desprendo-os e ponto final. Querer segurança em tudo que faço ou pretendo fazer fica sem graça e perde o brilho. Mudança é palavra mágica e ameaçadora, mas cheia de charme. Vou mudando aqui e acolá… para melhorar. E é isso, é só por isso.

domingo, 12 de abril de 2009

O valor e a tradição da Páscoa

Ouvir búúúmmm, búúúmmm, búúúmmm me doeu as estranhas. Era um lamento cadenciado, um choro resignado, um acordar para a vida. Sacudiu-me aquele cenário ao fundo da música sacra. Minha admiração respeitosa acompanhava a procissão serpentear as pedras milenares das ruelas de Santiago, com direção à Catedral. Envoltos em roupas medievais e capuzes em forma de cone seguravam velas iluminando a noite âmbar. Conduziam-se compenetrados e, impregnaram-me serenidade.
Mas o maior encanto e deleite foi contemplar uma multidão de religiosos emocionados e na mesma intenção que a minha: enternecer-se ao drama da Paixão e comemorar o Renascimento da fé. Gesto, esforço, entusiasmo coletivo e fraternidade para lembrar nosso Salvador. A parafernália, a decoração, a banda manifestando sentimento junto ao som emitido, nada mais era que segundo plano para pontuar o que em real se fazia valer naquele momento.
O compromisso de vivificar a mensagem de Cristo, a fim de que nunca seja estéril: exercendo a irmandade, entendendo melhor a vida, ajudando uns aos outros, praticando a tolerância, dando sem pedir troca, enfim... Onde quer que operamos e em qual religião seguimos devemos eleger o bem acima de tudo. E para uma bela vida em Jesus, sejamos legítimos irmãos, e as palavras cairão em solo fértil. Estar na Espanha nessa época do ano é uma bênção, essa data tem um rigor especial e é bonito de se ver, mas também renova minha promessa de amor ao próximo. Yo, mi hija Catarina, y las personas en la misma frecuencia, en el mismo orden... Indizível.

sábado, 11 de abril de 2009

Porque hoje é sábado...

Dia belo! São 21:05hs, e parece uma bonita tarde nublada daí de Teresina. Lembrou-me um filme romântico francês. Ninguém se atreve a sair nesse frio molhado. Vejo poucos carros passando devagar pela rua e creio que, assim como eu, aproveitam a paisagem. Pela vidraça do 4º andar, desfruto de um silêncio eloquente observando a existência pulsante nas chaminés das casas típicas da Galícia.
Cai uma chuva fina, assemelha-se a farinha em forma de umidade. Esse é o verdadeiro sereno que tantos falamos no Brasil, mas o bom é que posso agora vê-lo e tocá-lo. É tudo tão bonito e poético, tão ameno e singelo: À meu lado esquerdo há um imenso e vigoroso gramado com flores coloridas em volta, à direita uma grande piscina com borda vermelha brilha puro azul, e mais ao lado a verde quadra de jogos demarcada de branco. Tudo esteticamente bem disposto aos meus sentidos.
Ao longe o céu monocromático em total cinza claro me presenteia alegria. Mais adiante a cidade se delineia frente às colinas e vales. Paz, harmonia e vida na luz dos meus olhos que gravam esse momento. E essa chuvinha mansa me beija carinhosamente de amor. Ah, como é bom ficar quietinha debaixo das cobertas com meu olhar debruçado lá fora! Uma infinda felicidade me contagia.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

da série reflexão...

Um mundo circundado de vida, arredondado, mas que as vezes tenho a péssima e nítida sensação de enxergá-lo quadrado. Lembro algo dito por Nietzche, em que devemos estar prontos para queimar na própria combustão, como se fosse uma catarse. Nesses dias de morada pela Galícia, vazo de esperança para renascer depois do carvão. Ah, Frederick! Minha adorada ave secular: Seria lenimento e compaixão com minhas feridas, o meu doce prêmio de consolação alcançável? As Fadas do bem conversam comigo, ora pois!

terça-feira, 7 de abril de 2009

da constante mudança...

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo…" Pois é baby! Geralmente em minhas idéias, acredito nelas. O dircurso se faz afiado na ponta da língua e tento mostrar o ponto alto e baixo de meu parecer. Mas, por outro lado, não tenho problema algum em retroceder sobre um ponto de vista. Na verdade, o caleidoscópio de posibilidades e percepções, deixa-me aberta a renovar meu pensar sem o menor constrangimento ou orgulho, acho-me até mais interessante se mudo de opinião sobre algo. Não, nao é idiossincrasia; é saber aceitar a ponderabilidade, é refletir, é desengessar a mente e, acima de tudo, ter humildade para dizer: equivoquei-me e daí? Hoje gosto de amarelo, amanhã posso gostar de roxo! Nesse momento vejo isso ou aquilo diferente de como via antes. Facilmente relembro em uma outra música de Raul, sua eterna falta de rigidez para tudo: “Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor, lhe tenho horror, lhe faço amor, eu sou um ator…”. Voltar atrás em uma postura é estar franqueado às novidades enxergando a vida com menos subjetividade e mais análise do todo. Alterar uma opinião é crescimento. Coisa para nobres.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

... foi eu quem conseguiu ficar e ir embora

... e digo pra mim: Maravilha Viver!!!!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Porque nem tudo são rosas...

Eu ouço Cartola sim, e amo! Já disse o sábio poeta que "As rosas não falam". E se essas me falassem? Mas mais ainda se falassem comigo o que exatamente quero ouvir nesse momento? Seria tudo de bom! Fotografando as lindas rosas dos meus 43 anos, sinto-me mais frágil que as próprias: sensível por estar longe, feliz por estar perto, esperançosa das coisas, enfrentando o frio, colando os cacos de mim e os vales da alma. Sou vaso duro de rachar, e se quebro tenho poder de autocolagem. Calcifico facinho, facinho e renasço da desordem. Do caos. Envergo mas não parto-me. Há anos sou assim. Pois... Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá... que a fé tá na mulher... A fé tá - aqui dentro - viva e sã...

Eu

Simplesmente Selena