terça-feira, 14 de abril de 2009

dos escafandros de nós...

Dia desses, minha irmã escreveu na frase do MSN a palavra “Escafandrista”. Soou-me feia e estranha. Mais tarde, por acaso, ouvindo meu Chiquito, o Buarque, ouço novamente a danada da palavra. Fui pro dicionário on-line descobrir o significado: Mergulhador que usa escafandro; armadura de borracha e ferro usada para trabalho em grande profundidade aquática.
Lá vou eu com minha mania de reflexão e logo pensei: É, somos naturalmente escafandristas. Vestimos uma carapaça por pura autopreservação, temos medo de ser golpeados e de sentir qualquer tipo de dor, já que a dor vem atrelada de sofrimento. E continuei matutando... Sou uma “puta” escafandrista da vida e perco muito mais do que ganho. Esse ficar alheio é fuga perdida no tempo, permanecer dentro do casulo não me permite conhecer, me jogar, ousar, entender, encarar os fatos de frente... Evito o que me é caro e imprescindível, tanto ao prazer quanto aos obstáculos. Satisfação sem liberdade há? Digo que não. Liberdade sempre! Mesmo que a duras penas.
Os seres humanos são mais ou menos assim, escafandristas eventuais, criam um programa mental e seguem o dia-a-dia presos em suas próprias armaduras. Mas mais adiante ficamos secos, superficiais e sem emoções. Todavia é para nossa segurança e o pior, a capa protetora pesa na ausência dos sentimentos e das sensações. Porque sovrevivência com grandes renúncias é como chupar balinha com papel. E o passar dos dias se transforma tinta guache misturada em todas suas cores: cinza feio, sujo e gelado. Viver fica sem gôsto, sem graça, sem borogodó... Vidinha chata... vaziiia.

Eu

Simplesmente Selena