quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O passado adormece sépia...

Fotografia by Catarina NeryAnos setenta. Copa do mundo. O passado pode ser como uma película de imagens descoradas e som apagado, mas ainda assim recordo o cheiro, as vozes, o hino, a luminosidade e a textura daquela escolinha. Chamava-se Anexo. Uma casa alugada pela Prefeitura, enquanto finalizava a obra do Cecém Oliveira, meu primeiro colégio, palco das minhas primeiras descobertas. Amizades, promessas, simplicidade e, a merenda que chamávamos de bug: uma espécie de sopa de arroz que vinha dos Estados Unidos aos países pobres. Quanto tempo passou!, os desejos tão puros que se dissiparam ao sabor do vento. De todos os colegas restou-me a Élida, da qual também sumiu de minha vida. Cadê você amiga, por onde tropeça, como está, o que têm feito? Sinto uma saudade funda da infância, apetece-me contar fatos por aqui. Pois sim... voltando à coleguinha de sala e também minha vizinha de rua, nunca esquecerei o dia em que Éda, chateada, saiu da sala e bateu a porta com força. Dio mio! Achei o máximo. Depois daquele episódio fiquei temerosa, mas encantada com seu "jeitão não levo desaforo pra casa"(risos). Cada pessoa é única, e Élida era despachada literalmente, sangue quente. Já eu, uma cagona de décima quinta grandeza; ah, meus amigos, eu batia os dentes de medo de taca! Bom relembrar as coisas da meninice. Ali era o meu lugar preferido. Quanto comprometimento havia de mim para aquela escola. Adorava estudar, conversar, correr, desenhar, aprender... foi a melhor época da minha vida! Felicidade, alegria, paz, sonhos... tudo tão harmonicamente juntos.

Eu

Simplesmente Selena