segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

C O N T O S . . .

Foi o filho truculento, ressabiado e ensaboado; foi a filha incompreensiva, inflexível e ingrata, foi a mulher impaciente; foi a contenda com o amigo irmão: ele ficou mal. Entrou em uma daquelas tantas catarses de afogar. Chorou muito e percebeu que chorar doía, parecia que seus olhos tinham um cômoro de areia. Dizia-se incompreendido por todos, e era de fato. A ele importava ser pai, marido e amigo. O sacrifício, a benemerência, o zelo, a repreensão, a tirania... sim. Todas as opções não seriam descartadas, ao contrário eram aceitáveis, e por que não? Ninguém é de ferro. Sonhava com diversão, e era merecedor de aproveitar o tempo que lhe restava! Como poderia negar os apelos externos que a vida lançava? A ele muito interessava. Não se é 100% paternal, bolas! Pensava que não se podia deixar de viver por nada, nem mesmo por sua prole. E então, frustrava-se olhando o rio correr... estava esgotado. Dizia para si mesmo - filho traz muita chateação, são merecidos e não sentem compaixão nem empatia por seus pais. Não passam de um bando de narcisos egoístas cheios de empáfia. Sentia-se preso, cansado, preocupado... e embora putiado com tudo e mais um pouco cumpriria sua missão, o seu rito de passagem pela vida. Era sua condição, fruto de sua própria escolha.

Eu

Simplesmente Selena