quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ACERTO DE CONTAS

Fotografia: Catarina Leitão, La Coruña - Es

EU DESSANGRO minhas mágoas; ele carpe as dele. Não conhecemos o amor apenas de ouvir falar. Namoramos, apaixonamos, casamos, parimos (e acredito que ainda nos amamos, mas não nos queremos mais). Estou perdidamente confusa no que decidir. Estamos separados vivendo juntos, é fato, no entanto, algo mais forte não nos deixa largar o osso. São tantos problemas, considerações, preocupações que afligem cada um de nós dois. Estamos à deriva, talvez perto de afogar. No fundo, no raso e no meio de tudo isso há confrontos, pelejas, atritos, atropelos e muita falta de querer que dê certo. Tenho tirado leite das pedras, mas não consigo depurar o que há de ruim dessa relação. Desapareceram as coisas lindas ao longo dos anos. A paixão declinou e querer bem nega sua robustez, enfim, não há delicadeza e bem menos ainda a motivação para remediar. É nebuloso e dramático viver sem graça! Preciso tirar um ano sabático, viajar, sorrir, correr o mundo, deixar depressa essa situação angustiante. São desejos oponentes e imperativos: ou afundamos com o barco de vez, ou resgatamos nossos pedaços que estão pela praia. Por todos os mais erros que acertos, mais as perdas que os ganhos vividos por tanto tempo, não estou alegre e nem poderia estar. Entretanto, ainda sou uma pessoa otimista por excelência. Juro solenemente.

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