quarta-feira, 4 de maio de 2011

SÓ EU SEI A COR DA TINTA

Quem nessa vida já não sofreu alguma vez violência física, psicológica e verbal? Na época da adolescência fui emocionalmente agredida por meu pai e [creio eu] só não surtei por falta de coragem e espaço. Se eu me espalhasse naquele tempo ninguém me juntava. Às vezes, o jugo pode vir a ser tão ou mais prejudicial que a agressão física propriamente dita; e atentai bem, ó meu povo, eu apanhei muito! Quando não eram de oito a doze bolos nas mãos de palmatória, era o cinto, a corda, a mangueira* (*esta apenas uma vez, porém inesquecível... rsrs). Penso que parte da insegurança de alguém, o processo de baixa estima, de submissão, da rejeição do afeto, de autocomiseração, da não resolução de algumas pendências e das péssimas escolhas que fazemos advêm do terrorismo que um dia vivemos, é fato. E afirmo que esse método de criação é terrivelmente danoso para uma qualidade de vida adulta equilibrada com capacidade à resiliência. O que passamos dói, mói, remói. As marcas do terror ficam escritas na alma e história de cada um. Para todo o sempre... A questão é aprender a lidar com o futuro desde o passado que esculpiu-se com cinzel: aquele dia humilhado, amedrontado, aterrorizado, angustiado. Você é o seu passado. Você se lembra de tudo embora tenha que ultrapassar as barreiras que ele deixou não é tarefa simples, pois está em uma gaveta emocional embolorado. Não é fácil, nunca é fácil. Esta que vos fala meus amigos, sofreu punição exagerada. Esta sou eu. De resto as tantas cicatrizes ainda aqui. E não há como apagá-las.

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Eu

Simplesmente Selena